Correio Braziliense
postado em 01/06/2020 17:58
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Poucas horas antes de um novo prazo expirar na terça-feira para aderir a uma proposta de swap feita por Buenos Aires a seus credores, um relatório técnico do FMI sustenta que sua "análise mostra que a proposta revisada de reestruturação da dívida das autoridades argentinas seria consistente com o restabelecimento da sustentabilidade da dívida", objetivo para o qual, segundo o organismo internacional, a Argentina deve almejar.
Técnicos do FMI emitiram essa opinião depois que o governo argentino pediu que avaliassem a viabilidade de uma proposta revisada para sua dívida emitida de acordo com a lei estrangeira.
A revisão que foi apresentada na semana passada aos credores ainda não constitui uma emenda ou alteração à oferta formal que a Argentina apresentou em 16 de abril com deduções de até 62% (US$ 37,9 bilhões) em juros e 5,4% (US$ 3,6 bilhões) em capital, disse uma fonte oficial à AFP sob condição de anonimato.
O governo busca avaliar com esse mecanismo qual nível de aderência uma proposta revisada com melhorias poderia alcançar entre os credores, após a rejeição à sua oferta inicial, acrescentou a fonte.
Para ser formal, a proposta deve ser apresentada à SEC, a comissão que supervisiona a conformidade com as regulamentações do mercado de valores mobiliários nos Estados Unidos.
"Mais algumas semanas"
A proposta revisada contemplada pelo governo implica em uma melhoria da oferta formal em abril, com uma redução do período de carência solicitada aos credores, que passaria de três a dois anos sem pagamentos, até 2022, e pequenos aumentos no rendimento dos títulos.
Para alguns especialistas, ainda há uma distância entre as partes.
"Acho que ainda falta, que a negociação não será encerrada com esta proposta. Parece-me que as negociações ainda podem ser estendidas por algumas semanas", disse à AFP Matías Rajnerman, economista-chefe da Ecolatina.
Adrián Yarde Buller, economista-chefe do grupo SBS, estimou que "as novas condições levantadas respondem a boa parte das reivindicações dos credores, mas ainda estão muito longe do que é necessário para um acordo".
No entanto, os técnicos do FMI alertaram em seu relatório que a Argentina limitou as margens de negociação em sua proposta original de swap.
Saiba Mais
Em recessão desde 2018, a Argentina agora sofre o impacto da nova pandemia de coronavírus, que em março levou a uma contração de 11,5% na atividade econômica em relação ao mesmo mês de 2019.
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