Correio Braziliense
postado em 02/06/2020 04:05
Um dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, a Espanha passou 24 horas sem registrar óbitos decorrentes da covid-19, pela primeira vez em 89 dias. “Não recebemos dados de óbitos de domingo, o que é algo muito, muito favorável”, informou Fernando Simón, diretor do centro de emergências do Ministério da Saúde, que exaltou a capacidade alcançada para realização de diagnósticos.
Pelo balanço atualizado, a Espanha contabilizava, ontem, 27.127 mortos e 239.638 casos notificados. O primeiro óbito oficial foi registrado em 3 de março. Tratava-se de um homem que, na realidade, havia morrido em 13 de fevereiro, mas teve a doença confirmada por um exame retrospectivo.
Segundo Fernando Simón, a Espanha passou “a ter uma detecção dos casos muito boa”, com diagnósticos seguros 48 horas após o paciente apresentar sintomas da doença. “Isso nos dá uma oportunidade muito importante na hora de constatar os novos casos e possíveis surtos”, disse Simón.
A Espanha realizou mais de 4 milhões de testes de diagnóstico da covid-19, incluindo virológicos de PCR e exame rápidos, dos quais mais de 500 mil foram feitos na última semana, de acordo com o Ministério da Saúde.
De qualquer forma, Simón pediu cuidado para evitar rebotes, alertando contra grandes reuniões que ainda não são permitidas, como uma festa que reuniu milhares de jovens no sábado à noite na cidade de Tomelloso, Castilla-La Mancha, no centro do país.
Depois de controlar a epidemia, a Espanha começou há algumas semanas a levantar o confinamento de sua população, em vigor desde 14 de março, em um processo gradual que o governo espera que seja concluído até 1 de julho.
Setenta por cento dos espanhóis estão na fase 2, o que permite a abertura de praias e restaurantes. Cinemas, teatros e shopping centers também poderão operar, desde que com capacidade reduzida.
Pequenas ilhas nos arquipélagos das Canárias e Baleares entraram na terceira e última fase, com autorização de funcionamento de bares, cassinos e centros recreativos, como zoológicos.
Madri e Barcelona, palco dos maiores surtos do novo coronavírus do país, além de partes da região de Castilla y León, permanecem na primeira fase, na qual ingressaram há uma semana.
Museus
Com o desconfinamento avançando, o Guggenheim, em Bilbao, foi o primeiro museu importante a reabrir suas portas, ontem. Conhecido por seu edifício sinuoso de vanguarda, projetado pelo arquiteto Frank Gehry, o Guggenheim de Bilbao (norte) funcionará este mês com horário reduzido, das 14h às 19h. Grandes instituições como o Museu do Prado e Reina Sofía, em Madri, adiaram sua reabertura para 6 de junho.
Também ontem, as equipes da Liga Espanhola de Futebol retomaram os treinos com todo o grupo. Há três semanas, os jogadores começarama se exercitar individualmente em campo. No próximo dia 11, o campeonato recomeça com o clássico Sevilla-Betis.
A Itália também tenta, aos poucos, superar os traumas da pandemia e retomar a rotina. Depois de quase três meses fechado, o Coliseu de Roma, o local turístico mais visitado do país, reabriu ao público. Apenas cerca de 300 pessoas reservaram seus ingressos on-line, muito longe das 20 mil que costumam lotar diariamente o anfiteatro de quase 2 mil anos.
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