Correio Braziliense
postado em 02/06/2020 04:06
A agência de saúde das Nações Unidas terá, em 24 horas, informações suficientes para decidir se dará continuidade aos testes clínicos com hidroxicloroquina. Os ensaios foram interrompidos na semana passada, após a divulgação, na revista científica The Lancet, de um estudo mostrando que a molécula, além de não ser eficaz contra a covid-19, aumenta o risco de morte e de arritmia cardíaca.A informação foi dada pela cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, que também reiterou o alerta para que os países aguardem os resultados de pesquisas sobre o uso da hidroxicloroquina e de sua substância de origem, a cloroquina, antes de usá-las no enfrentamento à pandemia.
O mundo, porém, segue cada vez mais dividido desde a publicação do estudo, apresentado como a maior pesquisa sobre o tema até o momento. De acordo com os autores, as conclusões têm como base informações de quase 96 mil pessoas, internadas, entre dezembro e abril, em 671 hospitais espalhados pelo mundo. No entanto, a metodologia adotada, incluindo o número de participantes, vem sendo questionada pela comunidade científica.
O artigo levou à suspensão de vários ensaios clínicos, começando com a divisão da hidroxicloroquina dos programas Solidarity, da OMS, e Discovery, na Europa. O estudo internacional Copcov, que fornecia doses da molécula para profissionais de saúde em contato com o coronavírus — participantes de dois estudos na Alemanha e de cinco, na Dinamarca — também foi interrompido.
Há, por outro lado, iniciativas em andamento, como o Recovery, no Reino Unido. Com base em seus dados de mortalidade, os responsáveis pelo projeto britânico argumentam que “não há motivo convincente para suspender o recrutamento por motivos de segurança”. Testes no Canadá, na Nigéria e no México também estão mantidos.
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