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Reabrir economias muito rápido pode causar novo surto de covid-19, diz OPAS

Na opinião da organização, é necessário cautela

Correio Braziliense
postado em 02/06/2020 15:05
Na opinião da organização, é necessário cautelaA diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) pediu aos governos, nesta terça (2), que "pensem duas vezes" antes de levantar as medidas de distanciamento social para conter o impacto da COVID-19, advertindo que a reabertura precoce pode trazer uma nova onda da doença.
 
"Devemos ser cuidadosos. Meu conselho é que não se reabra muito rápido, ou se corre o risco de um ressurgimento da COVID-19, que pode apagar as conquistas obtidas nos últimos meses", disse a diretora Carissa Etienne, durante a videoconferência informativa semanal da OPAS, o escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
Embora tenha destacado que toda a região das Américas concentra quase metade dos 6,2 milhões de casos no mundo, Etienne alertou particularmente sobre a situação na América Latina, onde o número de infectados não para de crescer.

"Na semana passada, houve 732.000 novos casos em todo o mundo. Destes, mais de 250.000 ocorreram em países da América Latina, uma séria preocupação que deve servir como um alerta para redobrar nossos esforços", disse.

Saiba Mais

Na América Latina, muitos países começaram a relaxar as medidas impostas em maior ou menor grau desde meados de março para conter a propagação do vírus, pressionados pela necessidade de reativar suas economias devastadas pela pandemia.

Brasil, o segundo país em número de casos do mundo atrás apenas dos EUA, concentra o foco do surto na América Latina com mais de 526.000 casos e cerca de 30.000 mortes. Apesar disso, o relaxamento das restrições já foi aplicado em vários estados e municípios.

No Peru, segundo país do continente latinoamericano em número de infecções, a quarentena estrita imposta desde 16 de março começou a diminuir levemente na semana passada.

Etienne reconheceu que, em uma região tão vasta quanto diversa e desigual, o desafio de combater a COVID-19 não é apenas de saúde, mas também social e econômico.

Mas disse que qualquer passo dado pelos países em relação à pandemia deve ser baseado na vigilância epidemiológica, para a qual a realização de testes de diagnóstico é essencial.

"Não temem decisões no escuro", alertou.

"Utilizem os dados para adaptar sua resposta, proteger as comunidades vulneráveis e concentrar seus esforços onde novos casos estão aumentando", acrescentou.

No entanto, admitiu que a região ainda tem "uma necessidade urgente" de realizar mais testes e prometeu o apoio da OPAS aos governos. 

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