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EUA: democratas pressionam por reformas antirracistas em meio a protestos

Depois de mais um dia de protestos predominantemente pacíficos nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump determinou que as tropas da Guarda Nacional comecem a se retirar da capital, Washington

Correio Braziliense
postado em 07/06/2020 17:52
Depois de mais um dia de protestos predominantemente pacíficos nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump determinou que as tropas da Guarda Nacional comecem a se retirar da capital, WashingtonWashington, Estados Unidos - Os democratas prometeram neste domingo (7) pressionar a aprovação de normativa que elimine o racismo sistêmico das forças policiais dos Estados Unidos, à medida que a luta provocada pelo assassinato de George Floyd, um afro-americano, por um policial branco passa das ruas para a esfera política.

Depois de mais um dia de protestos predominantemente pacíficos nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump determinou que as tropas da Guarda Nacional comecem a se retirar da capital, Washington. Novos protestos eram aguardados em dezenas de cidades neste domingo, em um momento em que os manifestantes começam a concentrar sua indignação pela morte de Floyd exigindo reforma policial e justiça social.

A dureza com que Trump decidiu sufocar os protestos continuava gerando críticas excepcionais dos principais oficiais militares reformados, um grupo que normalmente se abstém de criticar um líder civil, o que reflete um aprofundamento das tensões entre o Pentágono e a Casa Branca.
 
 

"Este não é um campo de batalha" 

 
Condoleezza Rice, que sucedeu Powell como secretária de Estado durante a Presidência de George W. Bush (2001-2009), disse à emissora CBS que aconselharia Trump a não empregar militares da ativa para conter os protestos pacíficos. "Este não é um campo de batalha", disse Rice, a primeira mulher afro-americana a ser secretária de Estado.

Mas os funcionários da administração voltaram a defender sua abordagem repressiva dos distúrbios e o secretário interino de segurança nacional, Chad Wolf, disse à ABC que Washington tinha se transformado em "uma cidade fora de controle". Wolf atribuiu a diminuição da violência ao "que fez a administração" Trump e negou um problema de racismo sistêmico entre a polícia.

Embora o governo ainda não tenha proposto nenhuma mudança de política específica em resposta à indignação generalizada pela morte brutal de Floyd em Minneapolis, Minnesota, espera-se que o Caucus Negro do Congresso (CBC), formado por membros do Partido Democrata, apresentem uma legislação desenhada para que a polícia seja mais responsabilizada legalmente de suas ações.

Entre outras coisas, espera-se que esta nova lei inclua medidas como facilitar os processos contra os agentes da polícia por incidentes mortais; proibir o tipo de tática de imobilização que levou Floyd à morte por asfixia; exigir o uso em nível nacional de câmeras corporais pelos policiais e estabelecer uma base de dados nacional para registrar má-conduta policial.
 
 

"Muito trabalho a fazer" 

 
Uma integrante dessa assembleia, a legisladora pelo estado da Flórida Val Demings, que pode ser colega da chapa presidencial de Biden, explicou neste domingo algumas das mudanças que seriam necessárias. "Temos muito trabalho a fazer e o racismo sistêmico é sempre o fantasma", disse Demings, ex-chefe da polícia de Orlando, na Flórida, à emissora ABC. 

"O que temos que fazer como nação é responsabilizar (penalmente) a polícia, proporcionar a supervisão necessária para fazê-lo, observar os padrões de capacitação, analisar as políticas de uso da força, analisar quem estamos contratando, analisar a diversidade" e elaborar uma legislação para garantir a reforma, enumerou. 

No entanto, o procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, disse neste domingo que não concorda com qualquer medida para diminuir a considerável imunidade legal de que desfrutam os policiais. "Não acho que seja necessário reduzir a imunidade para perseguir os maus policiais, porque isto certamente resultaria em que a polícia se abstenha" de cumprir com as tarefas necessárias, declarou à rede CBS. 

Saiba Mais

"Vigiar é, como sabem, o trabalho mais duro do país", ressaltou. Barr defendeu a evacuação à força da praça Lafayette, em frente à Casa Branca, na segunda-feira, pouco antes de Trump cruzá-la para posar para fotos com uma Bíblia em frente a uma conhecida igreja, insistindo, apesar das declarações em contrário de muitos dos presentes, que alguns manifestantes tinham atirado tijolos. 

Também negou informações publicadas pela imprensa de que o presidente em certo momento teria exigido a mobilização de 10.000 soldados da ativa em cidades americanas para conter os distúrbios. "O presidente nunca perguntou, nem sugeriu que precisássemos mobilizar tropas regulares a este ponto", declarou. Os democratas acusaram Trump de aumentar a divisão na forma como falou dos manifestantes, algo com o que concordou Condoleeza Rice.

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