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OMS: transmissão por assintomáticos é rara

Correio Braziliense
postado em 09/06/2020 04:06
Para Maria van Kerkhove, foco deve ser em quem apresenta sinais da doença

Infectados pelo novo coronavírus que não apresentam os sintomas da covid-19, os chamados assintomáticos, têm sido alvo de investigações científicas pela possibilidade de, ainda assim, disseminarem o causador da doença. Essa é uma justificativa, aliás, para a adoção de medidas protetivas, como o isolamento e o uso de máscaras. No entanto, ontem, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que esse tipo de transmissão parece ser “rara”.

“Temos alguns relatos de países que estão fazendo rastreios de contatos muito detalhados. Eles estão seguindo casos assintomáticos, seguindo contatos e não estão encontrando transmissões secundárias. É muito raro”, afirmou Maria van Kerkhove,  líder técnica da agência das Nações Unidas. De acordo com van Kerkhove, os casos assintomáticos têm sido descobertos quando se faz o rastreio de contatos de pacientes que apresentam os sintomas da covid-19. Quando a análise avança, especialistas têm descoberto que os assintomáticos apresentam sinais leves da infecção pelo Sars-CoV-2. “Dito isso, sabemos que pode haver pessoas que são verdadeiramente assintomáticas e testam positivo no PCR”, completou.

Segundo a líder técnica da OMS, para conter a pandemia, os países devem se concentrar nas pessoas que têm as manifestações da infecção. “Se, de fato, acompanhássemos todos os casos sintomáticos, isolássemos esses casos, rastreássemos os contatos e colocássemos esses contatos em quarentena, haveria uma drástica redução na transmissão. Se pudéssemos nos focar nisso, iríamos nos sair muito bem em termos de suprimir a transmissão”, justificou.

Resultados de estudos, porém, têm mostrado a importância de ficar atento também aos assintomáticos. Um estudo da  Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, divulgado em março mostrou que, na China, os assintomáticos podem ter sido responsáveis por transmissões de 46% a 62% dos casos. Após a declaração da OMS, o diretor do Instituto de Saúde Global da Universidade de Harvard, Ashish K. Jha, enfatizou, pelo Twitter, que muitos pacientes disseminam o vírus antes de aparecerem os sintomas. “Alguns estudos de modelagem sugerem que de 40% a 60% da propagação é de pessoas quando não apresentavam sintomas”, escreveu, ressaltando, em seguida, que a afirmação da agência da ONU “deve ser acompanhada de dados”.


  • Padrão ouro

    É o teste considerado padrão ouro para o diagnóstico da covid-19. Essa técnica — que, em 1992, permitiu o primeiro exame de diagnóstico do HIV, vírus causador da Aids — detecta a partícula viral em amostra coletada na saliva ou no nariz do paciente.

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