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Herdeiro da Samsung evita prisão por fusão polêmica de duas filiais

Lee Jae-yong foi preso por cinco anos em 2017 por suborno, peculato e outras ofensas relacionadas a um escândalo que derrubou o presidente sul-coreano Park Geun-hye

Correio Braziliense
postado em 09/06/2020 09:01
O herdeiro da Samsung, Lee Jae-yong (C), vice-presidente da Samsung Electronics, chega ao tribunal para uma audiência para analisar a emissão de seu mandado de prisão por uma controversa fusão de duas unidades da Samsung, no Tribunal Distrital Central de Seul, em Seul, em 8 de junho , 2020.Um tribunal sul-coreano se recusou nesta terça-feira (9/6) a emitir uma ordem de prisão solicitada pela Procuradoria contra o herdeiro da gigante Samsung, Lee Jae-yong, por uma fusão controversa de duas filiais do grupo. 

"Não havia razões suficientes  para justificar a detenção", afirmou em um comunicado a magistrada Won Jung-sook após uma audiência de nove horas.

"Os promotores parecem ter obtido uma quantidade considerável de provas durante a investigação", indicou, antes de destacar que o julgamento permitirá estabelecer se Lee cometeu atos ilegais.

Vestindo terno escuro e usando uma máscara facial para evitar o contágio pelo coronavírus, o herdeiro do maior conglomerado da Coreia do Sul não respondeu às perguntas dos jornalistas em sua chegada ao tribunal. 

Depois, aguardou a deliberação em um centro de detenção.

O Ministério Público de Seul anunciou na quinta-feira que havia solicitado um mandado de prisão para Lee Jae-yong, suspeito de manipulação de preços durante a controversa fusão de duas unidades da Samsung - Cheil Industries e C&T - em 2015. 

Alguns acionistas denunciaram esta operação, capital para a sucessão à frente do grupo, porque consideram que a C&T foi intencionalmente subvalorizada. O Fundo Nacional de Pensões, um grande acionista da Samsung sob a tutela do Ministério dos Assuntos Sociais, a apoiou. 

Lee Jae-Yong, neto do fundador da Samsung, tornou-se o chefe de fato do principal executivo do grupo após o ataque cardíaco sofrido por seu pai em 2014. 

Lee era o acionista majoritário da Cheil Industries. Os mais críticos à fusão dizem que a Samsung tentou reduzir artificialmente o preço da C&T a fim de aumentar sua participação na nova entidade nascida da fusão das duas. Isso teria lhe permitido consolidar seu controle sobre o conglomerado. 

Em um comunicado, o grupo considerou as suspeitas de manipulação de preços "infundadas" e acrescentou que Lee não se envolveu em "nenhuma atividade ilegal".

Lee, vice-presidente da Samsung Electronics, também está sendo julgado novamente por corrupção no escândalo que levou à remoção e condenação da ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye. 

No começo de maio, Lee Jae-yong se desculpou pelos escândalos e casos que afetaram a maior fabricante de smartphones do mundo.

O grupo foi fundado em 1938 pelo avô de Lee Jae-yong, que prometeu que seria o último na linha de sucessão familiar.

Em 2017, ele foi condenado a cinco anos de prisão pelo escândalo de corrupção no qual esteve envolvida Park Geun-hye. O dirigente de 51 anos foi libertado um ano depois, mas o caso está sendo julgado novamente.

O volume de negócios do grupo Samsung representa um quinto do PIB da Coreia do Sul, a 12ª economia mundial.

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