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Após protesto antirracista Antuérpia retira estátua de polêmico rei belga

As estátuas do rei Leopoldo II são alvo de ativistas há muito tempo por causa de seu histórico de brutal domínio colonial nas antigas colônias da África Central na Bélgica

A cidade belga da Antuérpia (norte do país) retirou, nesta terça-feira (9/6), uma estátua vandalizada do rei Leopoldo II, polêmico personagem do passado colonial do país, em meio à onda de protestos contra o racismo ao redor do mundo.

"A estátua foi severamente vandalizada na semana passada e será restaurada pelo Museu de Escultura ao Ar Livre de Middelheim", anunciou o porta-voz do burgomestre da Antuérpia, Johan Vermant. 

A decisão surge após a mobilização, no último final de semana, de milhares de pessoas na Bélgica em protestos contra o racismo e contra a morte do afroamericano George Floyd nas mãos de um policial branco nos Estados Unidos.

O porta-voz antecipou para a AFP que a estátua não será reinstalada e que, "provavelmente", permanecerá na coleção do Museu, devido à reforma em 2023 da praça onde estava localizada.

Uma porta-voz do museu confirmou que eles receberam a escultura.

"Está no nosso depósito. Vamos examinar em que estado se encontra e quais são os próximos passos", afirmou.

Descendente da dinastia alemã Saxe-Coburgo-Gota, Leopoldo II foi rei dos belgas de 1865 a 1909 e é especialmente lembrado pela colonização do Congo Belga. Este território chegou a ser sua propriedade particular.

Além dos protestos sob o lema "Black Lives Matter" na Antuérpia, em Bruxelas, ou em Liège, no fim de semana, o racismo e a violência contra os negros são alvo de um abaixo-assinado recente na Bélgica.

Um grupo chamado "Vamos reparar a história" exige a retirada do espaço público, em Bruxelas, de todas as estátuas de Leopoldo II. Os signatários desta petição acusam o ex-monarca de ter "exterminado" milhões de congoleses.