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EUA pressionam por reabertura, mas primeira onda de covid-19 não termina

O epicentro da pandemia no país mais afetado do mundo mudou de Nova York e do nordeste para uma larga faixa que cobre o sul e o oeste

Correio Braziliense
postado em 12/06/2020 16:51
Rua vazia em Nova YorkNos Estados Unidos, atualmente mais de dez estados têm o seu maior número de novos casos de covid-19 desde o início da pandemia, mas o presidente Donald Trump e várias autoridades locais rejeitam qualquer alarmismo e um novo confinamento. 

O epicentro da pandemia no país mais afetado do mundo mudou de Nova York e do nordeste para uma larga faixa que cobre o sul e o oeste. Agora, as atenções estão voltadas para hospitais no Arizona, no Texas e na Flórida, para onde o presidente acaba de mudar a convenção de nomeação republicana de agosto. 

A nomeação aconteceria na Carolina do Norte, mas devido à rápida expansão da covid-19 nesse estado, as autoridades locais exigiram que sua duração fosse encurtada e que os participantes usassem máscaras, condições inaceitáveis para Trump. 

Algumas jurisdições decidiram suspender temporariamente o reinício gradual das atividades em andamento. 

A governadora do Oregon anunciou uma pausa de uma semana no processo de reabertura que começou há um mês, após o ressurgimento do vírus. 

Atualmente, o mapa dos Estados Unidos está amplamente colorido em vermelho no site Covidexitstrategy.org: a maioria dos estados não atende aos critérios de reabertura definidos pela Casa Branca, à medida que os casos diários aumentam, a capacidade hospitalar diminui e há um número insuficiente de testes de triagem. 

De acordo com uma média de vários modelos epidemiológicos, o número de mortes por covid-19 nos Estados Unidos pode chegar a 130.000 a partir de 4 de julho, feriado nacional.  Em 28 de maio, o país oficialmente ultrapassou 100.000 mortes.

Youyang Gu, um analista independente cujas estimativas se mostraram muito precisas, previu 200.000 mortes até 1º de outubro. 

O governo Trump admite o aparecimento de alguns surtos, mas funcionários do governo dizem que, no caso de uma segunda onda de contágios, a economia não admitirá novos confinamentos. 

"Não há alarme. Não há segunda onda", disse o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, à Fox News na sexta-feira.

Cansados do confinamento

Muitos dos novos casos da doença relatados são leves. Na Flórida, onde Trump tem uma residência particular, o governador fala sobre um aumento "modesto" de infecções e explica que o número de hospitalizações permanece estável, longe dos picos observados em Nova York. 

Mas não é assim em todos os estados. No Arizona, o número de casos aumentou e 78% dos leitos de terapia intensiva estão ocupados, um recorde. Phoenix também se tornou um foco. 

"Reabrimos demais e rápido demais, nossos hospitais estão lutando", disse a prefeita Kate Gallego durante uma coletiva. 

Essa também é a situação no Texas, onde o número de pacientes hospitalizados tem aumentado desde o longo fim de semana do Memorial Day, no final de maio, uma data que tradicionalmente marca o início do verão e em que os cidadãos costumam lotar as praias. 

As pessoas "estavam cansadas do confinamento", disse Scott Gottlieb, ex-diretor da Agência de Medicamentos dos Estados Unidos (FDA), na CNBC na sexta-feira. 

Saiba Mais

"A maioria dos estados não cumpriu os critérios de reabertura estabelecidos pelas autoridades de saúde pública e pela Casa Branca, reabrindo de qualquer maneira porque as pessoas queriam", criticou. 

As longas semanas de confinamento colocam à prova americanos e seus representantes políticos, principalmente republicanos, que parecem acreditar que seus eleitores não podem mais suportar medidas restritivas. 

O governador da Carolina do Sul, Henry McMaster, disse que, apesar do ressurgimento do coronavírus, o uso de máscaras não será obrigatório em seu estado e as empresas permanecerão abertas.

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