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Outro morto pela polícia


Rayshard Brooks comemorava, na noite de sexta-feira, o aniversário de uma das três filhas quando encontrou policiais de Atlanta pelo caminho. Um vídeo que viralizou na internet mostra o afro-americano de 27 anos sendo baleado e morto por um policial depois de supostamente apontar uma pistola Taser para o agente. Segundo o jornal The Washington Post, o homem dormia em um drive-thru da rede de lanchonetes Wendy quando foi abordado. Teste de bafômetro teria apontado embriaguez.

A versão da polícia é a de que, durante ato de prisão, Brooks reagiu, tomou a Taser de um dos agentes e tentou fugir. Imagens de vídeo sugerem que o homem negro foi assassinado quando apontou a arma de choque para os policiais. Elas não exibem o momento da suposta luta corporal.

A chefe de polícia de Atlanta, Erika Shields, entregou o cargo, ontem, após a prefeita, Keisha Lance Bottoms, ter exigido a demissão do policial que fez o disparo. Keisha disse não acreditar que o uso de força letal se justificava. “O que ficou bastante claro, nas últimas semanas, em Atlanta, é que, embora tenhamos uma polícia repleta de homens e mulheres que trabalham ao lado de nossas comunidades com honra, respeito e dignidade, tem existido uma desconexão com o que nossas expectativas são e como deveriam ser”, declarou a prefeita.

O assassinato de Brooks ocorre 18 dias depois da morte de George Floyd, ocorrida a 1.820km de Atlanta, na cidade de Minneapolis. Há temores de que a nova execução possa inflamar os protestos antirracismo nos Estados Unidos. Na noite de ontem, a hashtag #AtlantaShooting (“Tiroteio em Atlanta”) era a mais citada do Twitter nos Estados Unidos, com mais de 62 mil menções — #RayshardBrooks aparecia em segundo lugar, com 53.800.