Correio Braziliense
postado em 14/06/2020 04:25
Uma medida importante para enfrentar o isolamento com crianças e adolescentes é manter uma rotina, sugere o psiquiatra Thiago Blanco. “É importante que eles se arrumem para ter a aula on-line, por exemplo, não pode ir de pijama. O cérebro dos jovens ainda está em desenvolvimento. Então, a organização é algo que vai ajudar nesse processo, principalmente diante da situação que estamos vivendo”, explica.
Tiago Ribeiro, 37 anos, é oftalmologista e mantém os hábitos cotidianos dos seus três filhos, o que, segundo ele, tem o ajudado bastante a enfrentar o isolamento. “As duas primeiras semanas foram mais difíceis para eles, estavam irritados, estressados, mas quando ajustamos a rotina dentro de casa, isso melhorou. Como eles estudam pela manhã, temos um horário pra acordar e tomar café”, ilustra.
O médico conta que as medidas que se incorporaram à rotina da família foram bem-aceitas pelos filhos. “Nós já ensinávamos sobre o valor da higiene, que eles precisam lavar as mãos sempre. Agora, estamos reforçando isso. Eles aprenderam e já incorporaram esse cuidado ao dia a dia”, conta.
Atividades físicas também fazem parte do roteiro. “Sempre tentamos fazer exercícios físicos juntos, quando consigo uma brecha no trabalho. Brincamos de pique-pega, por exemplo, mas sempre com cuidado porque eles são muito pequenos e temos medo de possíveis acidentes (Leia Para saber mais).”
Tiago acredita que manter a rotina, além de ajudar no monitoramento de suas atividades e as dos filhos, tem melhorado o convívio familiar. “Quando fazemos isso, conseguimos mantê-los mais calmos, e também eu e minha mulher. No começo, era difícil conciliar o trabalho feito em casa com as atividades deles. Acredito que temos dado uma atenção, um monitoramento da saúde mental maior do que antes. E isso é algo que deve ser feito sempre.” (VS)
Para saber mais
Risco maior de fraturas
Um estudo feito por cientistas do Hospital Infantil da Filadélfia (CHOP, em inglês) mostrou que o isolamento gerou aumento no número de fraturas em crianças dentro de casa. A equipe reuniu dados de 1.735 jovens pacientes atendidos em decorrência de fraturas agudas entre 15 de março e 15 de abril. Depois, compararam essas informações com dados do mesmo período em 2018 e 2019. As fraturas relacionadas ao esporte caíram: representando apenas 7,2% dos casos durante a pandemia, contra 26% nos dois anos anteriores.
Por outro lado, os cientistas observaram aumento de mais de 25% nas fraturas ocorridas em casa. “As lesões em bicicletas e trampolins, por exemplo, aumentaram substancialmente”, diz Apurva Shah, cirurgião ortopédico da Divisão de Ortopedia do CHOP e autor sênior do estudo, publicado na revista Journal of Pediatric Orthopaedics, em maio. “É importante lembrar aos pais sobre a importância de precauções básicas de segurança em atividades realizadas em casa, pois muitas crianças estão substituindo esportes organizados e atividades escolares por essas atividades”, alerta.
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