Correio Braziliense
postado em 16/06/2020 10:52

A gigante petroleira britânica BP e sua concorrente Shell já haviam se comprometido a serem neutras nas emissões de carbono até 2050, mas sua estratégia é criticada porque não levar em consideração os combustíveis fósseis utilizados por outros setores, como o transporte, mas produzidos por elas.
Para alcançar este objetivo, a associação comercial Oil and Gas UK anunciou um roteiro que implica reduzir suas emissões pela metade até 2030 e 90% em 2040.
Para conseguir isso, as empresas pretendem limitar gradualmente a combustão de matérias-primas e usar mais eletricidade do que gás para abastecer suas instalações em alto mar.
O anúncio foi recebido com muito ceticismo pelos ecologistas.
"A indústria de petróleo e gás deve reconhecer sua responsabilidade no uso de seus produtos e não apenas em suas operações", disse Lang Banks, chefe da WWF Escocia.
"Reduzir nossa dependência de combustíveis fósseis é a única maneira de responder à emergência climática", acrescentou.
Oil and Gas UK também afirmou querer ajudar outros setores, oferecendo soluções para a captura de carbono ou o uso de hidrogênio para aquecimento e transporte.
"Dado o impacto limitado do confinamento nas emissões globais, está mais claro do que nunca que precisamos de uma transição justa e sustentável. Precisamos de uma recuperação verde que seja benéfica para os empregos e as empresas", afirmou em nota Deirdre Michie, diretora-geral da associação.
Por outro lado, reconheceu que a pandemia teve "um impacto devastador" no setor, alertando que os preços dos hidrocarbonetos devem permanecer baixos por muito tempo e a demanda continuará caindo em um contexto de recessão em muitos países.
Para mostrar este impacto, a BP anunciou na segunda-feira uma redução maciça de ativos de US$ 13 bilhões a US$ 17,5 bilhões para o segundo trimestre, como reflexo dos preços mais baixos e da aceleração da transição energética.
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