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Abuso na prisão de executiva da Huawei indicia autoridades canadenses

Agentes de fronteira do Canadá são acusados de reunir evidências para o FBI contra Meng Wanzhou, que teve sua extradição solicitada nos EUA por fraude ligada a sanções contra o Irã

Correio Braziliense
postado em 16/06/2020 11:54
Meng Wanzhou (C), deixa a Suprema Corte da Colúmbia Britânica, depois de ouvir a decisão da juíza-chefe associada Heather Holmes em seu julgamento de dupla criminalidade em Vancouver, em 27 de maio de 2020.Advogados da diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, acusaram nesta segunda-feira a polícia e os agentes de fronteira do Canadá, em conluio com o FBI, de abuso na prisão da executivo sob uma ordem dos Estados Unidos

Em uma audiência para definir o cronograma de extradição de Meng, o advogado de defesa David Martin argumentou que as autoridades canadenses adiaram sua prisão por várias horas em dezembro de 2018 durante uma escala em Vancouver para reunir evidências para o FBI. 

Segundo documentos do tribunal, a defesa afirmou que esse "esquema previamente planejado" permitia às autoridades acessar seus dispositivos eletrônicos sob a desculpa de uma inspeção alfandegária.

O FBI havia solicitado que os dispositivos de Meng fossem colocados em sacos de bloqueio de sinal, como os agentes canadenses fizeram, além de pedir números de série e imagens dos dispositivos. 

Meng Wanzhou, que é filha do fundador da Huawei, o bilionário chinês Ren Zhengfei, teve sua extradição solicitada nos Estados Unidos por fraude ligada a sanções contra o Irã. 

Martin chamou o pedido de extradição americano de "estranho" e observou que um memorando do serviço de inteligência canadense afirma que o FBI não estaria presente durante a prisão de Meng "para evitar a influência percebida". 

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que o memorando "mostra novamente que todo o caso Meng Wanzhou é um grave incidente político".

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