Correio Braziliense
postado em 16/06/2020 17:25
O toque de recolher noturno em vigor desde março no Peru deverá ser mantido até dezembro devido à pandemia, além de visar conter um aumento previsível da violência, informou nesta terça-feira (16) o ministro do Interior, Gastón Rodríguez. "Quanto ao toque de recolher, também fizemos a proposta de mantê-lo até o final do ano. Está sob avaliação" do governo, declarou o general Rodríguez à emissora Latina.
O chefe da segurança interna enfatizou que há um risco de aumento do crime caso o toque de recolher seja suspenso.
"Sabemos que os atos criminosos ocorrem mais à noite e nas primeiras horas da manhã. Nos finais de semana, os criminosos aproveitam o fato de que as pessoas estão chegando de uma noite de diversão para roubá-las", explicou o general.
O ministro do Interior juntou-se a seu colega da Defesa, o general Walter Martos, que havia sugerido no final de maio manter o toque de recolher por tempo indeterminado, argumentando que a pandemia deve permanecer sob controle.
"Quanto ao crime, haverá um aumento, porque os criminosos estão cumprindo a quarentena (obrigatória), e essa situação (agressões, assaltos) já está começando a ocorrer", afirmou.
O Peru está sob toque de recolher noturno há 90 dias. Em Lima, ele ocorre entre as 21H00 e as 4H00 do dia seguinte, enquanto nas regiões mais afetadas pelo vírus, entre as 18H00 e as 4H00, de segunda a sábado. Aos domingos, a restrição se estende por 24 horas em todo o país.
O ministro indicou que a polícia reforçará a segurança nas ruas com um adicional de 5.000 policiais a partir de agosto.
O Peru estendeu a quarentena e o toque de recolher até 30 de junho.
"Os crimes aumentarão quando o confinamento terminar, porque a pobreza aumentou e há pessoas que ficaram sem renda e trabalho", defendeu o ex-ministro do Interior, Fernando Rospigliosi, em entrevista à AFP há uma semana.
Em maio, a imprensa começou a mostrar o aumento de ataques a farmácias e o tráfico ilegal dos suprimentos médicos.
No Peru, há 232.992 casos registrados da COVID-19, o segundo maior número na região da América Latina, atrás somente do Brasil. Há 6.860 mortos.
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