Correio Braziliense
postado em 17/06/2020 04:05
O caminho do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ficou praticamente livre para a reeleição depois da decisão do Tribunal Supremo de Justiça de suspender a direção do partido político opostor Primero Justicia, de Henrique Capriles. A Câmara Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) “decretou (...) suspender o atual Conselho de Administração da organização com fins políticos ‘Movimiento Primeio Justicia’”, pronunciou-se o tribunal, por meio de um comunicado. De linha chavista, a máxima instância do Judiciário da Venezuela tomara uma decisão semelhante, anteontem, contra outro partido opositor, o Acción Democrática.
O tribunal nomeou um “conselho diretivo ad hoc” no Primero Justicia, liderado pelo deputado José Brito, adversário do líder parlamentar da oposição Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de 50 países, encabeçados pelos Estados Unidos. Em comunicado à imprensa, Guaidó afirmou que o “governo legítimo da República Bolivariana da Venezuela desconhece e rechaça categoricamente a nova sentença de raiva executado pelo braço judicial da ditadura contra o Primero Justicia”. “A única resposta que receberá a ditadura em sua tentativa de criminalizar a dissidência política será um povo que resistirá e lutará, o incremento da pressão internacional e uma dirigência política disposta a chegar às últimas consequências em nome da república, da justiça e da liberdade”, afirma.
José Brito é aliado de Luis Parra, um legislador da oposição que rompeu com Guaidó depois de ser acusado de corrupção, vinculado a um programa de auxílio alimentar do governo Maduro, e se proclamou presidente da Assembleia Nacional Constituinte. O novo conselho da Primeiro Justiça, acrescentou o TSJ, poderá usar “o cartão eleitoral, o logotipo, símbolos, emblemas, cores e qualquer outro conceito típico da organização mencionada”. O TSJ, “que apenas se ocupa da ambição doentia de Maduro pelo poder, agora decide entregar o nosso partido a lixões corruptos”, criticou Capriles no Twitter. Ele disputou a Presidência com o ex-presidente Hugo Chávez, em 2012, e Maduro, em 2013. No último domingo, 11 partidos da oposição anunciaram, em declaração conjunta, o boicote às próximas eleições, programadas para este ano, embora ainda sem data marcada.
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