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Trump pediu ajuda a Xi para eleição, diz Bolton

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu ao colega chinês, Xi Jinping, que o ajudasse a vencer as eleições de 3 de novembro próximo. A revelação foi feita pelo ex-conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, em seu livro intitulado The room where it happened: A White House memoir (“A sala onde tudo ocorreu: Uma memória da Casa Branca”, pela tradução livre). O magnata republicano entrou com uma ação, na terça-feira, para impedir a publicação da obra, prevista para ser lançada em 23 de junho.

 

De acordo com trechos publicados pelos jornais The Washingron Post, The New York Times e The Wall Street Journal, Bolton afirma que, à margem da cúpula do G20 em Osaka, em junho de 2019, Trump “surpreendentemente liderou a conversa (com Xi) para a eleição presidencial dos Estados Unidos”.

 

Segundo o ex-assessor, Trump destacou “a capacidade econômica da China de afetar as campanhas em andamento, implorando a Xi para garantir que vencesse” as eleições.

 

Na conversa, Trump destacou a importância dos agricultores dos EUA e de “como um aumento nas compras chinesas de soja e trigo” pode afetar o resultado da eleição. Ainda de acordo com Bolton, ao abordarem um acordo comercial, o norte-americano “propôs que, para os US$ 350 bilhões restantes em desequilíbrio comercial (pelos cálculos de Trump), os EUA não imporiam tarifas, mas ele tornou a importunar Xi para comprar tantos produtos agrícolas americanos quantos poderia”.

 

Ruptura

 

Polêmico por suas opiniões sobre o Irã, a Rússia e a Venezuela, entre outros tópicos, Bolton ocupou o cargo estratégico de consultor do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca (NSC) entre abril de 2018 e setembro de 2019. Ele deixou a função depois de discordar da aproximação diplomática de Trump com alguns adversários, principalmente a Coreia do Norte e os talibãs no Afeganistão, e o relacionamento entre os dois se tornou especialmente hostil. No c deste ano, com partes do livro de Bolton vazando para a imprensa, os advogados da Casa Branca alegaram que grande parte do material era classificada como informação sigilosa.