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China e Índia voltam a dialogar

Os governos da China e da Índia concordaram, ontem, em interromper a escalada da tensão na fronteira. Na véspera, um confronto sangrento entre  militares dos dois países terminou com a morte de 20 soldados indianos, na disputada região fronteiriça no Himalaia. Pequim não confirmou suas baixas, mas, segundo a imprensa indiana, foram 40 soldados mortos ou gravemente feridos no primeiro incidente bilateral com mortes em 45 anos.
 
A distensão foi acertada numa conversa entre os ministros das Relações Exteriores das duas potências nucleares. “A Índia quer paz, mas é capaz de dar uma resposta à altura quando provocada”, alertou o primeiro-ministro Narendra Modi, antes do diálogo entre os chanceleres. Pouco depois, a China anunciou que não deseja mais confrontos com a Índia.
 
O embate entre militares das nações mais populosas do mundo, que somam cerca de 2,8 bilhões de habitantes, ocorreu na madrugada de terça-feira. Foi um confronto corpo a corpo, de grande violência, com socos, pedras e barras de ferro. Segundo um militar indiano, nem um tiro de arma de fogo foi disparado.
 
O episódio ocorreu no Vale de Galwan, localizado a mais de 4 mil metros de altitude, área que é objeto de uma antiga disputa fronteiriça. Os dois países se enfrentaram em uma guerra relâmpago em 1962. Em 2017, houve 72 dias de combates depois que as forças chinesas avançaram no disputado setor de Doklam, na fronteira entre China, Índia e Butão.