Mundo

ONU adota resolução e omite EUA

Correio Braziliense
postado em 20/06/2020 04:14
O Conselho de Direitos Humanos da ONU adotou, por unanimidade, ontem, uma resolução condenando o racismo estrutural e a violência policial. Depois de muita polêmica e da objeção de vários países, inclusive o Brasil, o texto final não faz citação direta aos Estados Unidos. O documento, uma iniciativa de nações africanas, foi adotado em reunião de emergência, em Genebra, convocada após a morte de George Floyd e as grandes manifestações contra o racismo em todo o mundo.
 
Em sua versão inicial, o documento pedia a criação de uma comissão internacional independente de inquérito para esclarecer o “racismo estrutural” nos Estados Unidos. Esse tipo de comissão é uma estrutura de alto nível, geralmente reservada para grandes crises, como o conflito na Síria. No entanto, o texto foi amenizado progressivamente e não faz referência aos Estados Unidos, algo muito criticado pelas ONGs.
 
A resolução simplesmente pede à Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, a chilena Michelle Bachelet, “que prepare um relatório sobre o racismo estrutural, as violações do direito internacional em relação aos direitos humanos e os maus-tratos pelas forças de segurança contra africanos e pessoas de origem africana”. Na quarta-feira, a embaixadora Maria Nazareh Farani Azêvedo —representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas em Genebra — discursou na tribuna do organismo e tratou de desvincular o racismo da imagem dos Estados Unidos. Ela classificou o racismo de “chaga enraizada em diferentes regiões do mundo” e afirmou que nenhuma nação deve ser singularizada no que diz respeito a isso.

Parlamento Europeu

Também ontem, em Bruxelas (Bélgica), o Parlamento Europeu aprovou resolução assumindo o slogan Black Lives Matter (“Vidas negras importam) do movimento mundial contra o racismo e a violência policial. Os parlamentares europeus também determinaram nesta resolução, adotada com 493 votos a favor, 104 contra e 67 abstenções, que o tráfico de escravos é “um crime contra a humanidade”.
 
O Parlamento afirmou, ainda, que “condena veementemente a terrível morte de George Floyd nos Estados Unidos, assim como mortes semelhantes em outras partes do mundo”. Também apoiou as recentes manifestações contra o racismo e a discriminação e condenou “a supremacia branca em todas as suas formas”.

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