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Livro de Bolton será lançado hoje

Correio Braziliense
postado em 23/06/2020 04:05
John Bolton ironizou a relação de %u201Camizade%u201D entre Trump e Kim Jong-un

 

Além de acusar o presidente Donald Trump de pedir ajuda ao colega chinês Xi Jinping para vencer as eleições e de culpar o republicano por favorecer autocratas, o novo livro do ex-conselheiro de Segurança Nacional John Bolton ironiza a relação com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un. Bolton disse acreditar que Kim deve “rir muito” da percepção que Trump tem sobre ambos. A obra, intitulada The room where it happened: a White House memoir (“A sala onde ocorreu: uma memória da Casa Branca”, pela tradução livre), será lançada hoje, após o fracasso de Washington em bloquear a venda. Ao ser questionado pela jornalista Martha Raddatz sobre se Trump “realmente acredita que Kim Jong-un o ama”, Bolton respondeu de maneira direta. “Acredito que Kim Jong-un deve rir muito disso. As cartas que o presidente mostrou à imprensa (...) são escritas por algum funcionário norte-coreano”, afirmou. “Ainda assim, o presidente as considera a evidência de uma profunda amizade”, completou.

 

No livro, Bolton afirma que Trump não estava preparado para sua primeira reunião com Kim em Cingapura, mas esperava que fosse um “grande teatro”. Também critica o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e afirma que o cenário diplomático era uma “criação da Coreia do Sul, mais relacionada com seu programa de ‘unificação’ do que com uma estratégia séria para Kim, ou nós”. O gabinete da Presidência sul-coreana reagiu e acusou Bolton de distorcer fatos.

 

Na entrevista, Bolton também afirmou que não considera Trump apto para o cargo e que espera que ele seja um presidente de apenas um mandato. Afirmou, porém, que não votará no republicano, nem no democrata Joe Biden, nas eleições de 3 de novembro.O livro de Bolton é o relato dos 17 meses que ele trabalhou na Casa Branca, entre 2018 e 2019. Demitido em setembro passado, Bolton afirmou, no entanto, que pediu para sair e que a gota d’água para ele foi o convite feito por Trump aos talibãs para irem a Camp David durante as negociações de paz afegãs. Nas 570 páginas da publicação, o Brasil é mencionado somente 11 vezes como ator coadjuvante. 

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