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Trump estende restrição de imigração para os EUA até final de 2020

O presidente dos EUA também vai prorrogar o bloqueio de vistos temporários para novas categorias com o objetivo de combater o desemprego causado pelo coronavírus

Correio Braziliense
postado em 23/06/2020 08:38
O presidente dos EUA, Donald Trump, fala durante um comício de campanha no BOK Center em 20 de junho de 2020 em Tulsa, Oklahoma.O governo de Donald Trump estenderá as restrições à imigração legal para os Estados Unidos até o final de 2020 e vai prorrogar o bloqueio de vistos temporários para novas categorias com o objetivo de combater o desemprego causado pelo coronavírus, anunciou a Casa Branca nesta segunda-feira (22/6). 

Um funcionário do alto escalão disse à imprensa que essa restrição liberará quase 525 mil empregos para os americanos. 

"O presidente Trump está focado em levar os americanos de volta ao trabalho o mais rápido possível", disse o funcionário, que pediu para não ser identificado. 

A desaceleração econômica devido ao confinamento aumentou a taxa de desemprego de 3,5% em fevereiro para 13,3% em maio. 

Isso implica em que, apesar do início de uma reativação da economia, desde o início da crise da saúde, 45,7 milhões de pessoas solicitaram seguros semanais de desemprego.

Trump, preocupado com que esses números prejudiquem sua reeleição em novembro, assinou um decreto em 22 de abril para limitar a entrega de autorizações de residência permanente por 60 dias. 

O anúncio desta segunda estenderá essa limitação até 31 de dezembro e também afetará várias licenças temporárias, incluindo o visto H-1B para pessoas com talentos especiais, amplamente utilizadas pela indústria de tecnologia. 

As restrições também afetam a maioria dos vistos de categoria J, destinados a acadêmicos e pesquisadores, e as licenças L, usadas por empresas para trazer trabalhadores para o exterior para os Estados Unidos.

Novos obstáculos para os requerentes de asilo

O bloqueio também afetará os vistos temporários H-2B para trabalhadores pouco qualificados, usados por cerca de 66 mil trabalhadores ao ano, mas eximindo de restrições as permissões para o setor de alimentos. 

Babás estrangeiras contratadas por uma família para ensinar idiomas também serão beneficiadas com as exceções, assim como trabalhadores de usinas de beneficiamento de mariscos. 

Além disso, o funcionário indicou que o governo adicionará obstáculos às autorizações de trabalho para requerentes de asilo, no momento em que os candidatos esperam em média dois anos por uma resposta. 

O congelamento da entrega dos vistos H1-B será temporário e permitirá que o programa seja reformado para eliminar o sistema atual no qual certas cotas são distribuídas por meio de uma loteria, disse o funcionário. 

Segundo a Casa Branca, o novo sistema busca priorizar estrangeiros com habilidades mais altas, dando preferência aos que que recebem salários mais altos. 

"Isso vai eliminar a concorrência com os americanos (...) nestas indústrias no nível de entrada", disse o alto funcionário. 

O senador pela Carolina do Sul Lindsey Graham, geralmente um grande aliado de Trump, criticou a decisão e escreveu no Twitter: "Aqueles que acreditam que a imigração legal, particularmente os vistos de trabalho, prejudicam o trabalhador americano não compreendem a economia dos Estados Unidos".

Também indicou temer que a decisão do presidente "provoque um peso para a recuperação econômica".

Vários setores da indústria de tecnologia e a Câmara de Comércio também alertaram que as medidas podem prejudicar a reativação. 

Os Estados Unidos sofrem o surto de coronavírus mais grave do mundo, com mais de 120 mil mortes e 2,2 milhões de casos. 

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, alertou no início deste mês que o desemprego pode chegar a 9,3% até o final do ano.

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