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Dissidentes norte-coreanos na Coreia do Sul lançam panfletos na fronteira

O grupo ativista 'Fighters for Free North Korea' anunciou que enviou 20 balões, com panfletos contra o governo de Pyongyang, da cidade fronteiriça de Paju na segunda-feira à noite

Correio Braziliense
postado em 23/06/2020 08:59
Um balão carregando uma faixa com retratos do líder norte-coreano Kim Jong Un (E), o falecido líder Kim Il Sung (C) e Kim Yo Jong, irmã de Kim Jong Un, é pego em uma árvore depois de ser lançado por ativistas em Hongcheon em 23 de junho de 2020.Ativistas norte-coreanos refugiados na Coreia do Sul anunciaram nesta terça-feira (23/6) o lançamento, através da fronteira, de mais balões com panfletos contra o governo de Pyongyang, um gesto que provoca o aumento da tensão bilateral.

Nas últimas semanas a Coreia do Norte fez uma série de acusações à Coreia do Sul pelo envio dos panfletos, atitude que Pyongyang considera uma ofensa ao líder Kim Jong Un.

Como resultado da tensão, o Norte interrompeu o diálogo com o Sul e na semana passada destruiu a sede de um escritório de relações entre os países. Também ameaçou reforçar a presença militar na área da Zona Desmilitarizada.

As autoridades do Sul tentaram bloquear o lançamento dos panfletos através da fronteira, mas o grupo ativista 'Fighters for Free North Korea' anunciou que enviou 20 balões a partir da cidade fronteiriça de Paju na segunda-feira à noite.

Além de meio milhão de folhetos, o grupo também enviou 1.000 pendrives, que geralmente contêm episódios de novelas e músicas da Coreia do Sul, e 2.000 notas de um dólar, que estimulam as pessoas a recolher o material.

"Os panfletos voaram para o Norte com o vento do Sul", disse o líder do grupo, Park Sang-hak, que prometeu a continuidade das ações.

A Coreia do Norte ameaça adotar represálias com a mesma estratégia: a agência oficial KCNA informou na segunda-feira que 12 milhões de panfletos foram produzidos e que 3 mil balões estavam prontos para o envio ao Sul.

As duas Coreias costumavam trocar propaganda com frequência, mas concordaram em interromper as provocações durante uma reunião de cúpula em 2018.

As relações intercoreanas estão paralisadas desde o fracasso de uma reunião em Hanói entre Kim e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início de 2019.

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, inicialmente negociou um diálogo entre Pyongyang e Washington, mas o Norte agora o culpa por não persuadir o governo dos Estados Unidos a flexibilizar as sanções econômicas.

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