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Terremoto deixa seis mortos no México e aumenta ansiedade com a pandemia

O terremoto de 7,5 de magnitude provocou um alerta de tsunami para América Central, Equador, Peru e Havaí, além de deixar danos menores

Correio Braziliense
postado em 24/06/2020 08:34
Profissionais de saúde e pacientes permanecem fora da clínica Durango na Cidade do México durante um terremoto em 23 de junho de 2020 em meio à nova pandemia de coronavírus.Como se a pandemia de covid-19 fosse pouco, o México foi sacudido nesta terça-feira (23/6) por um terremoto de 7,5 de magnitude, que deixou seis mortos e danos menores, além de provocar um alerta de tsunami para América Central, Equador, Peru e Havaí.

As mortes ocorreram no estado de Oaxaca (sul), onde o tremor se originou às 10h29 locais (12h29 de Brasília), segundo relatórios da Proteção Civil e do Serviço Sismológico Nacional.

Um mulher morreu próximo a Crucerita, epicentro do terremoto, e outras quatro pessoas em cidades localizadas entre 100 a 150 km de distância.

Quatro faleceram devido ao desabamento de estruturas e um trabalhador da estatal Petróleos Mexicanos caiu de uma parte alta da refinaria Salina Cruz, que suspendeu as operação após o princípio de um incêndio.

O movimento, que iniciou a cinco quilômetros de profundidade, pôde ser sentido em várias partes da capital, Cidade do México, onde duas pessoas ficaram feridas e centenas de pessoas foram para as ruas. 

Horas após o tremor, haviam sido registrados 447 tremores secundários, o mais forte chegou a 4,9 de magnitude.

Em Oaxaca, o terremoto também deixou três feridos e danos leves a quatro hospitais, uma clínica, três igrejas, mercados e outros edifícios.

"Tivemos que sair porque existe o risco de o mercado desabar. Mal vendemos por causa da pandemia e agora, se o mercado ficar fechado, a situação vai piorar", disse Juana Martínez, vendedora de flores de 60 anos na cidade de Oaxaca.

Mais preocupação

O presidente Andrés Manuel López Obrador pediu calma e descartou danos à vital infraestrutura de petróleo e energia, assim como a portos e aeroportos. "Tudo está em boas condições", disse ele em um vídeo postado nas mídias sociais. 

O forte tremor causou pânico na Cidade do México, onde vivem 8,8 milhões de pessoas, afetada em 2017 por um terremoto de 7,1 graus que deixou 369 mortos em todo o país

Após o terremoto, o governo norte-americano emitiu um alerta de tsunami para a costa do Pacífico mexicano, América Central, Equador, Peru e Havaí, advertindo para ondas de até três metros de altura e que podem ser sentidas em qualquer lugar a menos de 1.000 km do epicentro do terremoto.     

Na capital, o alerta sísmico soou antes que o tremor fosse perceptível, fazendo com que várias pessoas fossem para a rua sem máscaras de proteção contra o novo coronavírus.

"Quantos problemas com o vírus, e agora os tremores. Um filho acabou de morrer e outro está doente, estão imagine", disse aos prantos à AFP María Teresa Durán, de 80 anos, no bairro Del Valle, centro da cidade.

Pacientes de covid-19 em "isolamento"

O fenômeno surpreendeu também vários moradores da capital que por conta da pandemia trabalham em casa. "Estávamos trabalhando de pijama, terminando o café da manhã e tivemos que sair assim", disse Sonia Flores Cano, de 29 anos.

Funcionários evacuaram os hospitais da capital juntamente com alguns pacientes, que chegaram a sair com soro nos braços ou em cadeiras de rodas. Os pacientes com covid-19 permaneceram isolados.

 "O andar em que temos pacientes com covid não foram evacuados. Eles estão dentro, estão isolados, e é o procedimento que temos", afirmou Gustavo Hernández, diretor de operações de um hospital localizado no bairro Roma, centro da capital.

Jaime Gómez, enfermeiro de um hospital que lida com os casos de coronavírus, relatou que os pacientes com a doença permaneceram dentro das instalações, juntamente com a equipe médica.

"Não houve impacto na infraestrutura (...), nem danos estruturais" nos hospitais que atendem à pandemia, disse à Radio Formula o subsecretário de Saúde Hugo López-Gatell.

Em abril, o governo mexicano instruiu que, em caso de terremoto, a população se deslocasse para zonas de menor risco, mas mantendo uma "certa distância", para reduzir a probabilidade de contágios em plena pandemia.

Até o momento, o México registra 191.410 casos confirmados e 22.584 mortos, para cerca de 127 milhões de habitantes.

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