Resultados de novos estudos intensificam a possibilidade de existência de locais fora da Terra com condições de abrigar vida. Cientistas europeus anunciaram que a nave ExoMars encontrou indícios da presença de metano e de outros gases na atmosfera de Marte. Já a agência espacial americana, a Nasa, divulgou detalhes sobre a origem de um oceano no interior de Europa, uma das luas do planeta Júpiter.
Os cientistas americanos explicam que Europa é uma das maiores luas do sistema solar, e que especialistas já sabiam da existência de água nessa região. Porém, ainda não havia sido possível provar de onde vinha a água e detalhar sua composição. “Conseguimos modelar a composição e as propriedades físicas do núcleo e do oceano”, conta Mohit Melwani Daswani, um dos principais cientistas envolvidos no trabalho e pesquisador da Nasa.
A equipe usou dados diversos, muitos deles captados pelo Telescópio Espacial Hubble. Com base nas observações e nos cálculos, chegou-se à conclusão de que o oceano da Europa pode ter se formado por metamorfismo. Nesse processo, o aquecimento e o aumento da pressão causados por decaimento radioativo precoce ou posterior ao movimento de marés subsuperficiais causaram o colapso de minerais que contêm água, liberando o líquido.
Esse oceano teria sido levemente ácido, com altas concentrações de dióxido de carbono, cálcio e sulfato. Mas, parece ter sofrido mudanças com o tempo. “De fato, pensava-se que ele ainda pudesse ser bastante sulfúrico, mas nossas simulações mostram que sua composição se tornou mais parecida com à dos os oceanos da Terra. Acreditamos que esse oceano possa ser bastante habitável para a vida”, afirma Daswani, que apresentou a pesquisa na Conferência de Astronomia Goldschmidt 2020, realizada virtualmente.
Linha verde
No estudo publicado na revista Nature Astronomy, os indícios de condições positivas para a existência da vida estão relacionados a uma atmosfera superior de Marte, com um brilho esverdeado. As imagens foram captadas pela espaçonave ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO), da Agência Espacial Europeia. “Prevê-se que essa emissão exista em Marte por cerca de 40 anos e, graças à TGO, nós a encontramos”, destaca, em comunicado, Jean-Claude Gérard, principal autor do estudo.
A luz solar interage com os átomos que compõem a atmosfera marciana, o que gera diferentes comprimentos de onda, conforme o elemento químico que é excitado pelos raios. No caso do oxigênio, o resultado é uma faixa verde, como a vista em Marte. A faixa é interpretada como sinal da existência de um gás essencial à vida. “A descoberta da presença da linha verde de oxigênio atômico na atmosfera de Marte abre uma janela para o estudo de seu comportamento e a fotoquímica desse planeta”, explicam os autores do estudo.
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