Mundo

Obama é o problema


A obsessão do presidente Donald Trump é apagar o legado de seu antecessor, o democrata Barack Obama, ainda que isso tenha custos políticos. Exemplos não faltam. Sob a gestão republicana, os Estados Unidos desprezaram o Acordo de Paris, que previa compromissos ambiciosos para a mitigação das mudanças climáticas. Também se retiraram do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), um esforço multilateral para impedir que o Irã impulsione o programa de energia nuclear e desenvolva arsenal atômico, ainda que Teerã tenha, por várias vezes, refutado o ímpeto armamentista e sublinhado o caráter pacífico do mesmo.
Trump expôs, mais do que Obama, uma postura crítica em relação a Cuba, ao reverter a aproximação diplomática entre os dois países. O magnata também escancarou a simpatia por Israel, ao reconhecer Jerusalém como capital do Estado judeu e ao mover a Embaixada dos EUA de Tel Aviv para a cidade sagrada, para as três religiões monoteístas. Obama mantinha uma postura não tão assertiva em relação ao conflito do Oriente Médio. Para satisfazer a própria base eleitoral, Trump rejeita o passado e trai, de certa forma, o slogan de campanha e de governo “A América em primeiro lugar”. O problema do atual presidente dos EUA chama-se Obama. (RC)