Mundo

Novos tempos sob o Sol

Drones, câmeras e faixas etárias: praias espanholas adaptam-se à pandemia. Com abertura das fronteiras, estratégia visa atrair turistas, preservando a segurança sanitária. No mundo, registros de mortes pela covid-19 superam 500 mil

Correio Braziliense
postado em 28/06/2020 04:15


Um drone sobrevoa a praia de Lloret de Mar, onde cordas coloridas marcam as faixas reservadas para cada grupo etário. Com a pandemia sob controle, os destinos litorâneos espanhóis estão se preparando para um verão de convivência com o novo coronavírus.

O objetivo é “encontrar o equilíbrio entre pessoas confortáveis e relaxadas e, ao mesmo tempo, um ambiente seguro”, explica Jaume Dulset, prefeito do município de 37 mil habitantes a 70km de Barcelona, na Costa Brava.

Coincidindo com o início do verão e a reabertura das fronteiras espanholas, a prefeitura apresentou um plano para dar tranquilidade aos turistas, depois de alguns meses em que a Espanha se manteve como um foco importante do vírus. O país registrou mais de 28.300 mortes pela covid-19.

Geralmente cheias no verão, as principais praias estão, agora, divididas por faixa etária. Câmeras com sensores detectam o nível de ocupação de cada área, que será comunicado aos cidadãos por um aplicativo.

Também foi reforçado o pessoal municipal para alertar sobre comportamentos inapropriados. Um drone será usado para detectar multidões e alertar, com uma mensagem pré-gravada, sobre a necessidade de se manter distâncias seguras.

As autoridades locais contam também com um sistema para reservar espaços na areia que, no momento, ainda não será iniciado. “Tomara que tenhamos de começar a usá-lo. Será um problema abençoado”, diz o prefeito do município, esperando que, assim como acontece todos os anos, muitos turistas cheguem, principalmente franceses e ingleses.

Por enquanto, este não é o caso. Sob o Sol arrasador do primeiro dia de verão, apenas um pequeno grupo de turistas se acomodava em espreguiçadeiras e toalhas na quilométrica praia principal de Lloret, com capacidade estimada em cerca de 15 mil pessoas. “Em tempos normais, isso aqui estaria cheio. Agora, tem pouca gente, e é fácil manter a distância”, comenta José María Quicio, um aposentado de 78 anos.

Ele e a esposa, Olga Ferrer, de 81 anos, colocaram cadeiras dobráveis a alguns metros da água, perto de cordas vermelhas que delimitam o espaço reservado para maiores de 70 anos. “Esta é a nossa área”, aponta ela, que acaba de voltar da água. “Faz você se sentir mais seguro. É muito bom, melhor do que antes”, acrescenta Olga.

A cerca de 50 metros, fica o posto de vigilância do salva-vidas, que, apesar do calor, usa uma máscara de pano sob os óculos de sol. Às tarefas habituais, somam-se, agora, a manutenção das distâncias entre os banhistas e a desinfecção frequente dos banheiros e das instalações de primeiros socorros.

O plano municipal também inclui medidas em restaurantes, hotéis ou boates, e o treinamento de 8.500 trabalhadores em medidas de segurança e higiene.

Como Lloret, muitos municípios do litoral espanhol, com quase 8.000km de costa, prepararam estratégias para evitar multidões nas cobiçadas praias, um refúgio de verão para turistas nacionais e do norte da Europa.

As medidas são múltiplas e variadas: controlar a ocupação com sensores e fechar acessos próximos, se a capacidade permitida for excedida; dividir a praia em lotes para grupos separados; proibir jogos que ocupem muito espaço; ou separar e desinfectar espreguiçadeiras e guarda-sóis.

Recorde
O novo coronavírus já provocou mais de 500 mil mortes no mundo desde dezembro, segundo balanço com base em fontes oficiais. Desde o começo da pandemia, foram contabilizados 9.875.040 casos de contágio, em 196 países ou territórios. Um total de 4.903.500 pessoas se recuperaram, segundo autoridades. O número de registros positivos, no entanto, reflete apenas parte das infecções, devido às diferentes políticas de cada país para diagnosticar os casos.

Nas últimas 24 horas, foram registrados 4.372 novos óbitos e 181.048 contágios no mundo. Os países que contabilizaram mais mortos foram Brasil (1.109), México (719) e Estados Unidos (523).

O total de mortos nos Estados Unidos, que registraram o primeiro óbito vinculado ao coronavírus no começo de fevereiro, chegou a 125.255. O país registra 2.492.246 contágios e autoridades consideram que 670.809 pessoas se curaram.

Entre os países mais afetados, a Bélgica amarga a maior taxa de mortalidade, com 84 óbitos a cada 100 mil habitantes, seguida de Reino Unido (64) e Espanha (61).

A China continental (sem contar Hong Kong e Macau), onde a pandemia emergiu no fim de dezembro, registrou 83.438 pessoas infectadas, das quais 4.634 morreram e 78.444 se curaram.




Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags