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Onda verde impõe dura derrota a Macron

Nas eleições municipais francesas, partido do presidente é superado pelos ecologistas, que conquistam as prefeituras de várias das principais cidades. Pleito é marcado por abstenção recorde. Socialista reelege-se em Paris, enquanto ultradireita vence em Perpignan

Correio Braziliense
postado em 29/06/2020 04:13
Emmanuel Macron discursará, hoje, para responder às propostas feitas pela Convenção Cidadã sobre o Clima



O partido do presidente Emmanuel Macron sofreu, ontem, uma derrota contundente nas eleições municipais francesas, marcadas pela abstenção recorde e pelo avanço dos ecologistas, que conquistaram as prefeituras de várias das principais cidades do país.

Em Paris, a joia da coroa deste pleito, a socialista nascida na Espanha Anne Hidalgo renovou o mandato com mais de 50% dos votos, à frente da principal adversária, a ex-ministra da Justiça Rachida Dati, candidata do partido conservador, que obteve 32%, segundo as primeiras estimativas.

Os Verdes, que avançam com força no tabuleiro político francês há algumas eleições, venceram em diversas cidades francesas de destaque, como Lyon (centro-leste), Bordeaux (centro-oeste) e Marselha (sudeste), impulsionados pela crescente tomada de consciência dos franceses sobre as problemáticas ambientais.

“Venceu o desejo de um ecologismo concreto, um ecologismo de ação”, declarou o eurodeputado Yannick Jadot, líder do Europa Ecologia Os Verdes (EELV).

Estas eleições, celebradas em meio à ameaça de uma nova onda de casos de covid-19, que na França matou quase 30 mil pessoas, foram marcadas por uma abstenção histórica.  Apesar da adoção de medidas sanitárias máximas, como o uso obrigatório de máscaras ou a disponibilização de álcool em gel nas seções, apenas quatro em cada 10 eleitores convocados às urnas, de fato, votaram.

Sem implantação local e ameaçado por um voto de castigo, o partido do presidente francês, o República em Marcha (LREM), criado alguns meses antes das presidenciais de 2017, perdeu em quase todas as grandes cidades francesas.

O primeiro-ministro, Edouard Philippe, cuja popularidade disparou pela gestão da pandemia, salvou, em parte, a honra do governo, ao obter a prefeitura da cidade portuária de Le Havre (oeste), seu reduto eleitoral. “Sentimos certa decepção”, admitiu a porta-voz do governo francês, Sibeth Ndiaye.





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