Correio Braziliense
postado em 30/06/2020 04:17
Analistas preveem um segundo turno das eleições presidenciais bastante disputado na Polônia. O presidente Andrzej Duda, que tenta a recondução, e o seu adversário, Rafal Trzaskowski, prefeito de Varsóvia, sabem que cada voto conquistado fará diferença e, ontem mesmo, horas depois da primeira votação, retomaram suas campanhas.
Os resultados das urnas mostram uma Polônia profundamente dividida. Com o apoio dos conservadores nacionalistas do partido Direito e Justiça (PiS), Duda saiu na frente no domingo. Após apuração de 99,78% das urnas, o chefe de Estado nacionalista obtinha 43,7% dos votos. O rival, um liberal pró-europeu, contava com 30,3%.
Até a votação de 12 de julho, eles t erão que seduzir os candidatos que votaram no candidato independente Rafal Holownia (13,85%) e no postulante de extrema direita e antissistema, Krzysztof Bosak (6,75%). Há ainda os que não votaram. Por enquanto, com uma diferença ínfima, projeta-se a reeleição de Duda, 48 anos.
O atual presidente tem ressonância entre os eleitores mais velhos e menos instruídos, basicamente no interior rural e nas pequenas cidades. Em sua campanha, Duda enfatizou as conquistas sociais e os valores tradicionais católicos e nacionalistas.
O projeto de Trzaskowski, que tem a mesma idade do opositor, prevaleceu nas grandes cidades e entre os jovens, com um programa a favor da democracia e da Europa. Ele também se apresenta como o candidato da mudança.
Kazimierz Kik, professor de ciências políticas da Universidade de Kielce (sul), opinou que o atual presidente tem “maior potencial” para mobilizar os eleitores que ficaram em casa. “Acho que será um jogo brutal com o medo. Os dois lados vão tentar obter uma mobilização negativa, uma mobilização contra o rival”, disse, por sua vez, Maciej Onasz, cientista político da Universidade de Lodz, citado pelo jornal Gazeta Wyborcza.
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