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Novo presidente do Malawi ataca a corrupção no serviço público

Chakwera venceu a disputada eleição presidencial em 23 de junho com 58,5% dos votos contra o ex-chefe de Estado Peter Mutharika

Correio Braziliense
postado em 01/07/2020 09:52
Lazarus ChakweraO novo presidente do Malawi, Lazarus Chakwera, ordenou a dissolução dos conselhos de administração de mais da metade das cem instituições e empresas públicas do país, suspeitas de má gestão ou corrupção.

"Recebi relatórios sobre a situação das instituições estatais que contribuirão para as decisões que tomarei para garantir que essas instituições tenham os meios para acabar com as anomalias e más práticas", afirmou Chakwera em comunicado divulgado na terça-feira à noite.

Um total de 60 entidades públicas são alvo da medida presidencial, incluindo empresas de petróleo e eletricidade, universidades e emissoras de rádio e televisão.

"O presidente quer garantir que todos respeitem a lei e as boas práticas de governança", disse seu porta-voz Sean Kampondeni.

À frente do principal partido da oposição, Chakwera venceu a disputada eleição presidencial em 23 de junho com 58,5% dos votos contra o ex-chefe de Estado Peter Mutharika.

Esta votação foi organizada após o cancelamento por fraude da reeleição de Mutharika no ano passado.

O novo chefe de Estado fez campanha contra a corrupção do antigo regime e sua falência econômica. 

Segundo o analista Henry Chingaipe, o ex-presidente Mutharika atribuiu a administração de empresas públicas a muitas pessoas próximas ao seu partido em agradecimento pelo apoio político.

"A maioria das nomeações não levou em consideração o mérito. Era um sistema de patrocínio destinado a garantir a sustentabilidade de seu regime", acrescentou.

Na mesma linha, a presidência também anunciou nesta quarta-feira a suspensão de contratos públicos "para verificar se não alimentaram a corrupção e se foram atribuídos de acordo com as regras". 

Mutharika foi acusado em 2018 de receber US$ 195 mil em subornos de uma empresa que ganhou uma licitação pública, mas ele nunca foi formalmente processado.

Ele chegou ao poder em 2014, sucedendo Joyce Banda, também envolvido em um escândalo de corrupção. Banda é hoje um dos apoiadores de Chakwera.

O Parlamento também adotou na terça-feira um orçamento provisório que prevê, em particular, um aumento do salário mínimo mensal de 35 mil para 50 mil kwacha (de 46 para 70 dólares americanos).

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