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Correio Braziliense
postado em 04/07/2020 04:14
Arquiteto do desconfinamento



A comparação, feita por Franck Louvrier, ex-assessor do ex-presidente Nicolás Sarkozy (2007-2012), define bem o novo primeiro-ministro francês, Jean Castex (foto). “É como um canivete suíço, tem conexões em todos os lugares e sabe o que fazer na hora e no local adequados”, comentou Louvrier. Aos 55 anos e prefeito conservador de Prades, uma cidadezinha situada próximo à fronteira com a Espanha, Castex nunca ocupou um ministério. Mas, conhece os meandros do poder desde que atuou também como assessor de Sarkozy.
Até alguns meses atrás, era um grande desconhecido entre os franceses. O trabalho à frente da estratégia de desconfinamento contra o novo coronavírus o alçou à condição de liderança do Executivo na França. Em abril passado, o presidente Emmanuel Macron o encarregou de elaborar um plano que estipulasse a estratégia a ser seguida para desconfinar os 67 milhões de franceses. A ideia de Macron era reativar a economia sem expor a população a um novo surto de contágios da covid-19. A flexibilização gradual do confinamento na França tem sido considerada um sucesso, com um retorno quase normal no país e sem a aparência, até agora, de um temido segundo surto.

Formado pela renomada Escola Nacional de Administração francesa (ENA), onde as elites do país são educadas, Castex atuou por duas vezes como chefe de gabinete de Xavier Bertrand — que foi ministro da Saúde e, posteriormente, ministro do Trabalho no governo de Jacques Chicac (1995-2007) e de Sarkozy. Naquela época, ele lidou com várias questões delicadas, como uma reforma previdenciária e uma lei que obrigava os grevistas do setor de transportes a prestar um serviço mínimo.

“Sua tranquilidade e charme são incríveis e ele é naturalmente humilde e empático”, afirmou, sob condição de anonimato, um colega que trabalhou com Castex quando era chefe do gabinete de Saúde. “Nunca vi alguém com um apoio tão unânime o tempo todo”, disse a mesma fonte. Entre os sindicalistas, deixou a memória de um homem “disponível e amigável”, embora “firme”, com “excelente conhecimento de seus expedientes”. Em suma, “alguém com quem se pode conversar”. Pai de quatro filhas, Castex foi, até janeiro, coordenador entre os ministérios na preparação dos Jogos Olímpicos de Paris de 2024 e chefe da Agência Nacional de Esportes.



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