"A OPAS gostaria de desejar ao presidente uma rápida recuperação", disse Marcos Espinal, diretor de doenças transmissíveis da OPAS, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), em entrevista coletiva.
Espinal destacou que o fato de Bolsonaro ter dado positivo no teste de diagnóstico mostra que o vírus "não respeita raças ou pessoas poderosas", e lembrou os contágios do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e do presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, ambos já recuperados.
"Portanto, é importante que, independentemente de o presidente ser afetado, o país continue a fortalecer medidas. Aqui está um exemplo de que ainda não estamos controlando completamente esse vírus", acrescentou em relação ao Brasil.
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Bolsonaro, 65 anos, anunciou nesta terça-feira que está infectado, mas afirma ter sintomas leves.
Mesmo antes de a OMS declarar o novo coronavírus uma pandemia global em meados de março, Bolsonaro minimizou a gravidade da doença, que ele descreveu como "gripezinha", participou de eventos públicos sem usar máscara e questionou as medidas de isolamento social implementadas em vários estados.
A diretora da OPAS, Carissa Etienne, disse que o Brasil atualmente representa cerca de um quarto dos novos casos nas Américas, o atual epicentro da pandemia, com os Estados Unidos sendo o país mais afetado do mundo.
"Dois meses atrás, os Estados Unidos representavam 75% dos casos em nossa região. Na semana passada, registraram menos da metade dos casos na região, enquanto a América Latina e o Caribe registraram mais de 50% dos casos, e apenas o Brasil foi responsável por cerca de um quarto deles", afirmou.