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Gêmeas siamesas são separadas pela cabeça na Itália

Foi a primeira vez na Itália, --e provavelmente no mundo, já que não há casos semelhantes na literatura médica--, que uma equipe de cirurgiões especializados consegue separar gêmeos dessa maneira. As gêmeas compartilhavam a parte posterior do crânio assim como o sistema venoso

Correio Braziliense
postado em 07/07/2020 15:49
Foi a primeira vez na Itália, --e provavelmente no mundo, já que não há casos semelhantes na literatura médica--, que uma equipe de cirurgiões especializados consegue separar gêmeos dessa maneira. As gêmeas compartilhavam a parte posterior do crânio assim como o sistema venosoO hospital pediátrico romano Bambino Gesú (Menino Jesus) anunciou nesta terça-feira o sucesso, após três cirurgias de alto risco, na separação de gêmeas siamesas de dois anos unidas pela cabeça.

As irmãs Ervina e Prefina nasceram com uma doença "rara e completa da fusão cranial e cerebral", divulgou o hospital. 

Foi a primeira vez na Itália, --e provavelmente no mundo, já que não há casos semelhantes na literatura médica--, que uma equipe de cirurgiões especializados consegue separar gêmeos dessa maneira.

As gêmeas compartilhavam a parte posterior do crânio assim como o sistema venoso.

As siamesas, nascidas na República Centro-africana, chegaram na Itália em setembro de 2018 depois que o diretor do hospital aceitou recebe-las.

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Os exames realizados na Itália mostraram que as siamesas gozavam de boa saúde, mas o coração estava sendo mais exigido para manter o "equilíbrio fisiológico dos órgãos de ambas, principalmente o cérebro".

As crianças têm personalidades "distintas", afirmou o hospital. Prefina é mais agitada e brincalhona, enquanto sua irmã, Ervina, é mais séria e silenciosa. 

O maior desafio que a equipe médica enfrentou, entre eles neurocirurgiões, anestesiologistas, neurologistas, cirurgiões plásticos, engenheiros e fisioterapeutas, foi na rede compartilhada de vasos sanguíneos que conduziam o sangue do cérebro a seus corações, explicou o hospital em um comunicado.

As siamesas foram submetidas a "três operações muito delicadas para reconstruir progressivamente dois sistemas venosos independentes", relatou a entidade. 

A cirurgia final, que durou cerca de 18 horas e envolveu 30 médicos e enfermeiros, ocorreu no dia 5 de junho, quando os ossos do crânio compartilhado foram divididos. 

Depois, os cirurgiões reconstruíram uma membrana que cobre os dois cérebros e recriaram o revestimento de pele sobre os novos crânios.

"Um mês depois da separação final, as gêmeas estão bem", confirmou o hospital. 

Em um vídeo de uma festa pelo segundo ano de vida das siamesas, celebrado no hospital, as crianças aparecem com as cabeças enroladas com fitas protetoras, gesticulando e segurando o bolo.

O hospital anunciou que ainda existe risco de infecção e que as crianças terão que usar capacetes protetores por vários meses. 

Os exames pós-operatórios mostraram que seus cérebros estão "intactos" e que poderão crescer normalmente e "levar uma vida normal, como todas as crianças de sua idade". 

É a quarta vez que este mesmo hospital opera gêmeos siameses. 

São considerados casos extremamente raros, aproximadamente um caso por cada 2.5 milhões de nascimentos, alertou o hospital.

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