Correio Braziliense
postado em 08/07/2020 11:47
Bruxelas, Bélgica - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, cujo país exerce a presidência semestral da União Europeia (UE), pediu nesta quarta-feira aos governantes europeus que alcancem rapidamente um acordo sobre o plano de recuperação comum."Se avaliarmos bem a profundidade da crise, não temos tempo a perder. Espero que no verão (hemisfério norte) consigamos chegar a um acordo", disse Merkel ao apresentar na Eurocâmara, em Bruxelas, o programa de trabalho da presidência alemã.
Seu apelo não é trivial. Nos dias 17 e 18 de julho, os líderes da UE discutirão novamente o plano de recuperação de 750 bilhões de euros (840 bilhões de dólares) para sair da profunda recessão em 2020 causada pela pandemia.
Uma reunião por videoconferência em junho evidenciou as divergências entre 27 países sobre como virar a página da crise do coronavírus, que deixou mais de 200.000 mortos na Europa e provocou o fechamento de empresas e muitas demissões.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, prepara atualmente uma proposta do plano de recuperação e do orçamento plurianual para o período 2021-2027 que seja aceitável para os 27.
Os olhares estão voltados para os chamados países "frugais" (Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca), adeptos do rigor fiscal, que se opõem a aspectos do plano, que beneficiará sobretudo os países do sul do continente, mais afetados pela crise.
Estes países, liderados por Haia, defendem que os fundos sejam concedidos em sua maioria por meio de empréstimos e não como subsídios, revertendo a tendência atual, e com a aplicação de critérios rígidos para a concessão.
A chanceler alemã, alinhada com estes países no passado, defendeu um "esforço extraordinário, para não dizer único", e reiterou a aposta para meio trilhão de euros do plano de recuperação sejam concedidos como ajuda não reembolsável.
"A maior prioridade da presidência alemã da UE será a unidade da Europa para garantir que a Europa saia mais unida da crise", destacou Merkel, para quem "ninguém pode sair sozinho da crise".
Saiba Mais
Além de refletir sobre o papel da UE no mundo, os direitos fundamentais no bloco estão entre suas prioridades. "Os direitos humanos e civis são o ativo mais valioso que temos na Europa", destacou.
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