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Futuro lançado na incerteza

Pesquisas de boca de urna apontam empate técnico entre o presidente conservador Andrzej Duda e o prefeito liberal Rafal Trazskowski, no segundo turno das eleições. Resultado pode levar o pleito a ser decidido pelos tribunais

Correio Braziliense
postado em 13/07/2020 04:04
Andrzej Duda celebrou vitória: pandemia reduziu apoio ao mandatário

O alto índice de comparecimento às urnas (68,9%) e a forte polarização política marcaram o segundo turno das eleições presidenciais polonesas. O presidente conservador, Andrzej Duda, e o prefeito liberal de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, estavam tecnicamente empatados, segundo pesquisa de boca de urna divulgada pouco depois do encerramento da votação. De acordo com uma consulta do instituto Ipsos, Duda teria 50,8% dos votos e Trzaskowski, 49,2%. No entanto, a margem de erro de dois pontos percentuais mergulhou o pleito — e o futuro do país — na incerteza. Em outra pesquisa, divulgada mais cedo, Duda aparecia com 50,4% e o rival, 49,6%. No primeiro turno, em 28 de junho, o presidente recebeu 43,5% dos votos e Trzaskowski, 30,4%.

“Estou contente com a minha vitória, embora por enquanto seja apenas uma pesquisa”, disse o presidente aos jornalistas ao lado da mulher e da filha, enquanto agitava uma bandeira polonesa. Por sua vez, Trzaskowski afirmou a simpatizantes que “o resultado provavelmente nunca foi sido tão apertado na história da Polônia”. “Nunca sentimos tanto o poder do nosso voto”, acrescentou.

O resultado será decisivo para o futuro do governo conservador nacionalista do partido Direito e Justiça (PiS), acusado pelos adversários de reduzir as liberdades democráticas conquistadas há três décadas, após a queda do comunismo. Trzaskowski pertence ao principal partido de oposição centrista, o Plataforma Cívica (PO). A eleição ocorreria em maio, quando Duda liderava as pesquisas, mas teve que ser adiada pela pandemia de coronavírus.
 
 
 
Desde então, o apoio a Duda caiu consideravelmente, também em consequência da covid-19, que levou a Polônia à primeira recessão desde a queda do comunismo. Analistas apontam que o resultado do segundo turno pode ser apertado e forçar recursos nos tribunais. A consultoria Eurasia Group destacou que Trzaskowski teve que mobilizar diferentes tipos de eleitores contra Duda, mas crê que a vitória provavelmente será do atual presidente, por pequena margem.

Depois de votar, Wojciech, um operário da construção civil de 59 anos, disse ter votado em Duda por seus vínculos estreitos com o presidente americano, Donald Trump, “o que significa que contaremos com os Estados Unidos para nos defender” e “porque estou de acordo” com a proibição da adoção a casais do mesmo sexo. Outros votaram em Trzaskowski esperando melhorar as relações com a União Europeia. “É importante para nós ter uma boa cooperação com nossos parceiros europeus”, disse a aposentada Danuta Lutecka, que confidenciou esperar que uma troca de presidente provoque “menos ódio e divisões” entre os poloneses.

O presidente Duda, que prometeu defender as ajudas sociais adotadas pelo PiS, fez uma campanha polêmica, atacando os direitos das pessoas LGTBQIA+ e com a rejeição da ideia de indenizar os judeus pelos bens espoliados pelos nazistas e durante o comunismo. “Estas eleições são um confronto de duas visões da Polônia, entre branco e vermelho e arco-íris”, disse o ministro da Justiça, Zbigniew Ziobro, em referência à bandeira nacional e ao símbolo dos LGTBQIA .

Trzaskowski declarou-se favorável às uniões civis entre pessoas do mesmo sexo. Caso vença, o prefeito prometeu anular as polêmicas reformas do sistema judicial, que levaram a Polônia a enfrentar o restante da União Europeia. A vitória dele poderia marcar o começo do fim da influência do PiS na política. A reeleição de Duda reforçaria o poder do partido. “Estas eleições vão determinar o futuro da Polônia”, disse Adam Strzembosz, ex-presidente do Tribunal Supremo.


Explosão em navio fere 17 marinheiros nos EUA
Uma explosão seguida de incêndio a bordo do navio de assalto anfíbio USS Bonhomme Richard feriu 17 marinheiros norte-americanos e quatro civis, na Base Naval de San Diego (Califórnia). De acordo com o jornal The San Diego Union-Tribune, a causa e a área onde o incêndio teve início ainda não são conhecidas. O navio de guerra estava ancorado desde o ano passado, quando passou por uma manutenção. Sua última missão foi realizada em 2018. As 21 vítimas não correm risco de morte.


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