Mundo

Interagindo nos hospitais

Correio Braziliense
postado em 13/07/2020 04:04
Robin foi projetado para interagir com crianças internadas, ajudando a aliviar medos e estresse
“Oi! Você quer cantar uma música comigo?” Com seus grandes olhos e um corpo elegante, Robin, o robô, tem um visual agradável e amigável para crianças — ele parece um personagem animado da Pixar — e está ansioso para interagir com pacientes pediátricos. O objetivo: aliviar a ansiedade e a solidão durante uma internação hospitalar.

A tecnologia de aprendizado emocional que permite que Robin se envolva realisticamente com crianças é ainda mais essencial na era de pandemia da covid-19, quando o isolamento físico se tornou mais impactante para crianças doentes, principalmente aquelas cujos sistemas imunológicos estão comprometidos.

Mas embora o isolamento físico seja necessário, o sentimento de estar isolado não é, diz Justin Wagner, cirurgião pediátrico do Hospital Infantil da Universidade da Califórnia em Los Angeles e colíder do projeto Robin. “Os sentimentos negativos são ainda mais fortes durante esse período”, observa. “Esperamos integrar Robin como membro da equipe, aumentando nossa capacidade de proporcionar às crianças contato, atenção e companhia.”

Memória associativa

O sistema de inteligência artificial foi desenvolvido pela Expper Technologies, uma startup no Vale do Silício com origem em Yerevan, na Armênia. A tecnologia de Robin permite que o robô construa o que é chamado de memória associativa — reconhece as emoções de uma criança interpretando suas expressões faciais e constrói um diálogo responsivo, replicando padrões formados a partir de experiências anteriores.

Espera-se que Robin comece a andar pelos corredores do hospital ainda neste mês, quando começará o período de treinamento de um ano. Durante esse tempo, ele será operado remotamente por um especialista do Programa de Vida Infantil Chase do hospital. O especialista fornecerá a voz de Robin e controlará as ações e as expressões do robô, à medida que a máquina vai “aprendendo” como responder às necessidades de crianças e famílias.

“Essa é uma ferramenta para fornecer suporte aos nossos pacientes jovens”, diz Kelli Carroll, diretora do programa. “Enquanto nossas intervenções tradicionais estão em pausa durante a pandemia, permanece a necessidade de preparar, educar e fornecer distração comportamental para as crianças. Robin ajudará nossos especialistas a fazer isso.”

Além de fornecer suporte emocional para pacientes pediátricos, Robin será objeto de um estudo de uma equipe multidisciplinar de médicos e especialistas em comportamento que avaliará o impacto do robô em crianças e famílias. O objetivo é determinar até que ponto essa nova tecnologia ajuda crianças e pais a lidarem com o estresse de ser hospitalizado.


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