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Presidente conservador Andrzej Duda é reeleito na Polônia

Os resultados finais da Comissão Eleitoral apontam que o atual chefe de Estado obteve 51,03% dos votos, em comparação com 48,97% de Trzaskowski.

Correio Braziliense
postado em 13/07/2020 23:03
Os resultados finais da Comissão Eleitoral apontam que o atual chefe de Estado obteve 51,03% dos votos, em comparação com 48,97% de Trzaskowski.Varsóvia, Polónia -O presidente conservador da Polônia, Andrzej Duda, derrotou o rival liberal e pró-europeu Rafal Trzaskowski no segundo turno e foi reeleito para um novo mandato de cinco anos - anunciou a Comissão Eleitoral nesta segunda-feira (13).

Segundo analistas, esse resultado não pode ser considerado um sucesso por causa da margem estreita. Os resultados finais da Comissão Eleitoral apontam que o atual chefe de Estado obteve 51,03% dos votos, em comparação com 48,97% de Trzaskowski.

Duda, grande aliado do presidente americano, Donald Trump, prometeu endurecer ainda mais a lei antiaborto e se declarou contrário ao que chamou de "ideologia LGTB", que segundo ele é "mais destrutiva que o comunismo".

Trump o cumprimentou por sua "reeleição histórica".

"Tenho vontade de continuar com nosso importante trabalho juntos em vários âmbitos, sobretudo a defesa, o comércio, a energia e a segurança das telecomunicações", tuitou.

O resultado consolida a posição do Partido Direito e Justiça (PiS), que está no poder desde 2015, mas a pequena margem do triunfo reforçará as críticas provocadas por suas polêmicas reformas judiciais, consideradas por muitos como ataques às liberdades democráticas.

Após uma campanha muito polarizadora por parte de Duda, com apoio significativo de seu governo e da mídia pública, nesta segunda-feira, o presidente falou em reconciliação. 

"Peço que mantenham o respeito mútuo", disse Duda a seus seguidores em Odrzywol, 85 km ao sul de Varsóvia.

"O presidente Duda foi reeleito. Mas não é uma vitória forte", declarou à AFP o cientista político Stanislaw Mocek, presidente do Collegium Civitas, ao mesmo tempo em que ressaltou que "os poloneses não optaram pela mudança proposta por Rafal Trzaskowski".

"Apesar da derrota de Trzaskowski, seu bom resultado parece marcar um novo início, uma nova dinâmica para a oposição" opinou Andrzej Rychard, cientista político da Universidade de Varsóvia.

"O resultado dá a Trzaskowski a possibilidade de virar uma figura-chave da oposição liberal", completou Rychard.

Trzaskowski pertence ao principal partido de oposição centrista, Plataforma Cívica (PO).

- Redução das liberdades -

O governo conservador nacionalista do PiS é acusado pelos rivais de ter reduzido as liberdades democráticas conquistadas há três décadas, após a queda do comunismo.

A eleição estava programada para maio, quando Duda tinha uma liderança folgada nas pesquisas, mas teve que ser adiada devido à pandemia de coronavírus, uma crise que levou o país à recessão pela primeira vez desde o fim do regime comunista.

O apoio a Duda - que prometeu manter as apreciadas ajudas sociais introduzidas pelo governo do PiS - foi grande nas zonas rurais e pequenas cidades do país, enquanto seu adversário conseguiu os melhores resultados nas zonas urbanas e ocidentais da Polônia, próximas da fronteira com a Alemanha.

No primeiro turno, em 28 de junho, Duda, de 48 anos, recebeu 43,5% dos votos quando a disputa tinha 10 candidatos. Trzaskowski ficou em segundo lugar com 30,4% dos votos.

Jurista conservador e eleito presidente em 2015, Duda raramente expressou oposição às iniciativas do partido Pis de Jaroslaw Kaczynski e promulgou sua generosa política social, assim como as reformas que fragilizam o Estado de direito.

Quatro dias antes do primeiro turno da eleição presidencial, Duda se tornou o primeiro líder estrangeiro a visitar a Casa Branca desde o início da pandemia. Ele recebeu um elogio de Trump por seu "excelente trabalho".

E, antes do segundo turno, o ministro da Justiça, Zbigniew Ziobro, definiu as eleições como um "confronto entre duas visões da Polônia, uma branca e vermelha e outra da cor do arco-íris", em uma referência às cores da bandeira nacional e ao símbolo da comunidade LGBT.

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