Correio Braziliense
postado em 15/07/2020 04:20
O uso de máscaras pode ter evitado que quase 140 clientes de um salão de beleza fossem infectados pelo novo coronavírus. O caso ocorreu em Springfield, nos Estados Unidos. Dois funcionários do local estavam infectados e seguiram trabalhando com o equipamento protetivo durante vários dias. O Centro de Controle e Prevenção de Doença (CDC) acompanhou o caso e, segundo relatório divulgado ontem, não há sinais de que o Sars-CoV-2 se espalhou em função dos atendimentos prestados pela dupla.
Em 12 de maio, uma profissional apresentou sintomas respiratórios. Seis dias depois, testou positivo para a covid-19, mas, contrariando a recomendação para se isolar, trabalhou por mais dois dias, até 20 de maio. Um segundo profissional apresentou sinais da doença em 15 de maio e só parou de trabalhar também no dia 20, quando o salão foi fechado. O segundo cabeleireiro testou positivo dois dias depois.
O estabelecimento parou de funcionar por três dias para ser desinfectado, e autoridades de saúde identificaram um total de 139 pessoas atendidas pelos dois profissionais infectados. Todos foram monitorados durante duas semanas e puderam fazer testes de diagnóstico. Nenhuma das 67 pessoas testadas obteve resultado positivo. Nenhum dos que se recusaram a fazer os exames relatou sintomas da doença ao longo do período de observação.
Descuido
Enquanto interagiam com os clientes, os dois profissionais usavam máscaras. A primeira a descobrir a infecção se protegia com uma cobertura de algodão de duas camadas. O outro, com o mesmo acessório ou uma máscara cirúrgica. No entanto, enquanto apenas um deles apresentava sintomas da doença, durante os intervalos dos atendimentos, os dois interagiram entre si sem usar o equipamento protetivo.
Os clientes usaram principalmente máscaras de pano ou cirúrgicas — apenas 5% foram ao local com a N95, indicada para profissionais de saúde. As pessoas atendidas tinham de 21 a 93 anos e ficaram no salão entre 15 a 45 minutos. Segundo o CDC, o caso traz mais peso à medida universal de proteção do rosto como forma de conter a propagação do Sars-CoV-2. Embora acredite-se que gotículas emitidas por pessoas quando tossem ou espirram sejam as principais responsáveis pela disseminação do coronavírus, as liberadas durante a fala comum também são potencialmente perigosas. Por isso, os autores defendem o uso das máscaras em todas as ocasiões. “A adoção generalizada de políticas que exijam coberturas faciais em ambientes públicos deve ser considerada para reduzir o impacto e a magnitude de novas ondas da covid-19”, justificam, no relatório.
» Americana começará teste final com vacina
A empresa americana Moderna dará início, no próximo dia 27, à fase final dos testes em humanos com uma vacina contra a covid-19. O anúncio da nova fase dos ensaios clínicos foi feito ontem, mesmo em dia em que foram publicados, na revista científica New England Journal of Medicine, os resultados da fase 1 do projeto. Na ocasião, 45 voluntários foram divididos em três grupos de imunização: com doses de 25 microgramas, de 100 microgramas e de 250 microgramas. De acordo com o artigo, a fórmula induziu respostas de anticorpos contra o coronavírus em todos os participantes. A empresa de biotecnologia havia publicado “resultados provisórios” dessa etapa em seu site, em maio. Na ocasião, informou que a abordagem havia gerado respostas imunes em oito pacientes. A próxima etapa contará com 30 mil voluntários — metade receberá a dose de 100 microgramas e o outro grupo, um placebo.
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