Correio Braziliense
postado em 22/07/2020 10:25

Como já se suspeitava, parece haver uma relação direta entre a quantidade de partículas virais às quais a pessoa é exposta e a intensidade dos sintomas que ela desenvolve. Quanto mais vírus, maior a chance de adoecer gravemente. Isso pode explicar, por exemplo, a tendência de profissionais de saúde que estão lidando diretamente com doentes apresentarem formas mais graves da infecção do que outras categorias de trabalhadores.
O novo estudo, de cientistas da Universidade de Zurique, foi publicado na "Clinical Infectious Diseases", da Sociedade Americana de Doenças Infecciosas. Segundo o estudo, a adoção das medidas de prevenção reduz a carga viral no ambiente e altera a rota de transmissão da infecção de uma transmissão direta - de uma pessoa para a outra por meio de gotículas contaminadas - para uma transmissão indireta, que ocorre por meio de superfícies contaminadas.
Os cientistas acompanharam um surto de covid-19 em uma base do Exército da Suíça, em Airolo. Três companhias estavam lotadas na base, num total de 508 soldados. Os militares das companhias 2 e 3 dividiram as mesmas barracas e tiveram contato próximo em áreas comuns e na cozinha. Já os da companhia 1 ficaram isolados a uma distância de três quilômetros e adotaram medidas de prevenção. As idades dos soldados variavam entre 18 e 28 anos.
Depois que o primeiro caso de covid-19 surgiu na companhia 3, a doença rapidamente se alastrou naquele grupo e no da companhia 2 Dos 354 soldados, 30% apresentaram sintomas da doença. Em contrapartida, dos 154 militares da companhia 1 nenhum apresentou sintomas, embora tenha havido detecção do vírus em material sorológico.
Saiba Mais
Os cientistas alertaram, no entanto, que o estudo foi feito com jovens saudáveis e, por isso, seus resultados não podem ser extrapolados para grupos mais vulneráveis - como os de pessoas idosas ou daquelas com comorbidades.
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