Correio Braziliense
postado em 23/07/2020 04:17
O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou, ontem, a “Operação Legenda” — um reforço das tropas federais na cidade de Chicago —, em meio a uma polêmica pela mobilização de agentes do governo nos Estados Unidos. “Estou anunciando um aumento das forças de ordem federais nas comunidades afetadas por crimes violentos”, declarou o magnata republicano, durante discurso, na Casa Branca, que contou com a presença do procurador-geral dos EUA, William Barr, além de Christopher Wray e de Chad Wolf, respectivamente diretores do FBI (polícia federal americana) e do Departamento de Segurança Interna.
Barr explicou que a “Operação Legenda” contará com cerca de 200 agentes que serão enviados a Chicago, enquanto Albuquerque, no estado do Novo México, receberá 30 agentes. A operação já enviou 200 agentes para Kansas City, no Missouri. O número de crimes com armas de fogo aumentou consideravelmente em diversas cidades do país nos últimos meses, com mais de 60 pessoas baleadas em Chicago, 14 de forma letal, no último fim de semana, de acordo com o Departamento de Segurança Interna.
Na segunda-feira, Trump tinha alertado que poderia enviar agentes federais a Nova York e a outras cidades governadas pelos democratas para proteger edifícios federais e acabar com o que chama de “colapso da lei e da ordem”. O aviso ocorreu depois de um incomum envio de agentes federais com uniformes militares para conter manifestações em Portland, no Oregon, algo que a oposição enxerga como abuso de poder e autoritarismo.
O reforço anunciado ontem, porém, envolve agentes federais que atuarão em parceria com as forças de segurança locais, e não no controle de manifestações, como em Portland. Os prefeitos de seis das maiores cidades dos Estados Unidos — Atlanta, Washington, Seattle, Chicago, Portland e Kansas City — afirmaram, na segunda-feira, em carta enviada a Barr e a Wolf, que o envio de tropas federais violava a Constituição.
Trump reafirmou, ontem, que pretende “fortalecer a aplicação da lei, e não enfraquecê-la”. O republicano opinou que mais agentes deveriam ser contratados, ao invés da imprensa e de seus opositores promoverem cortes nos orçamentos do departamento de polícia.
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