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Bolívia adia eleições para 18 de outubro

Correio Braziliense
postado em 24/07/2020 04:14
Funcionários de hospital carregam corpo de vítima da covid-19, em La Paz
 
Com 64.135 casos de infecção pelo novo coronavírus e 2.328 mortes causadas pela covid-19, a Bolívia precisará esperar pouco mais de um mês para escolher o presidente e os parlamentares. O Supremo Tribunal Eleitoral do país adiou para 18 de outubro as eleições presidenciais e legislativas, que estavam marcadas para 6 de setembro. A mudança, motivada pela pandemia, foi anunciada pelo presidente do órgão, Salvador Romero.
 
Ele afirmou que o adiamento segue os relatórios médicos de que a pandemia de Sars-CoV-2 terá o pico mais alto entre o fim de agosto e o começo de setembro. Programadas inicialmente para maio, as eleições substituem as de outubro de 2019, que foram canceladas por alegações de fraude e levaram à renúncia e saída do país do ex-presidente Evo Morales. A senadora Jeanine Áñez assumiu o governo, depois da queda do líder cocaleiro.
 
“A data definitiva da eleição cria melhores condições para a proteção da saúde, as instalações de votação no exterior e a chegada de missões internacionais de observação”, argumentou o presidente do TSE. Romero disse que a decisão é “resultado de considerações legais, científicas e políticas”.
 
Cerca de 7 milhões de bolivianos estão convocados para as eleições para escolher presidente e vice-presidente e renovar o Congresso bicameral. De acordo com o presidente do TSE, um possível segundo turno ocorrerá em 29 de novembro. A posse das novas autoridades será em dezembro.
 
A Igreja Católica uniu-se às forças conservadoras boliviana, na manhã de ontem, para exigir o adiamento das eleições devido à escalada da pandemia. Por outro lado, o Movimento para o Socialismo (MAS), partido do ex-presidente Morales e do candidato líder de intenções de votos Luis Arce, e a Central Operária Boliviana (COB) insistiam na realização das eleições na data prevista.
 
O presidente do TSE reconheceu que a Bolívia sofre “sérias polarizações”, que se aprofundaram em novembro do último ano após a renúncia de Morales (2006-2019) em meio a convulsões sociais e à ascensão de grupos de direita ao poder.

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