Correio Braziliense
postado em 24/07/2020 04:15
Em 15 dias, os Estados Unidos contabilizaram 1 milhão de novos casos confirmados da covid-19, ultrapassando, ontem, a barreira dos 4 milhões de diagnósticos, de acordo com contagem da Universidade Johns Hopkins. É, de longe, o país mais atingido pela pandemia, com 143.800 mortes. E, segundo projeções, a situação deve se agravar.
Diante de cenário, o presidente Donald Trump decidiu cancelar a convenção do Partido Republicano que oficializaria, no fim de agosto, sua candidatura à reeleição, em Jacksonville, na Flórida, um dos estados que vêm batendo recordes de infecções. “Não é o momento de abrigar uma grande convenção deste tipo”, afirmou o presidente.
O número de diagnósticos nos EUA se iguala ao registrado em toda a América Latina — metade deles no Brasil — e supera em 1 milhão os casos da Europa. Os modelos epidemiológicos preveem, em média, que um pico nacional será alcançado nas próximas quatro semanas, segundo a Universidade de Massachusetts, que gerencia as projeções de cerca de 20 centros de pesquisa.
Depois de melhorar no fim da primavera, o país registrou um avanço da epidemia, vinculado à flexibilização da quarentena, com uma aceleração dos casos nas últimas semanas, principalmente no sul e no oeste. Além da Flórida, Texas, Califórnia, Alabama e Idaho acumulam cifras recordes de casos e mortes nos últimos nove dias.
Os especialistas alertam que a falta de testes nos estados mais impactados impede a previsão de quando o pico de casos será atingido. Eles assinalam que o erro dos Estados Unidos foi pular etapas do desconfinamento em maio e retomar as atividades muito rapidamente, antes que a curva de contágio tivesse caído completamente, como na Europa.
Mas há boas notícias. O mapeamento de novos casos indica redução em estados como Arkansas, Iowa, Carolina do Norte e do Sul e Arizona, cuja capital, Phoenix, era um dos centros de circulação do coronavírus mais ativos no país há algumas semanas.
Eleição
Ao anunciar o cancelamento da convenção na Flórida, Trump disse que é importante “ser cuidadoso” e também “dar um exemplo”, embora tenha indicado que serão mantidos alguns eventos em formato online. Nos últimos dias, o presidente tem mudado de comportamento, inclusive, incentivando o uso de máscara, o que, antes, desprezava.
O chefe da Casa Branca especificou que os delegados republicanos que vão nomeá-lo candidato do partido para enfrentar o democrata Joe Biden na corrida à Casa Branca vão se reunir na Carolina do Norte. Orgulhoso de seus bons resultados em um teste cognitivo e de memória, Trump, 74 anos, desafiou o adversário, de 77, a fazer o mesmo. “As últimas perguntas são muito mais difíceis”, comentou, em entrevista à Fox TV.
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