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John Lewis, ícone dos direitos civis, é velado

Correio Braziliense
postado em 28/07/2020 04:05
O caixão do congressista John Lewis, visto do alto da rotunda do Capitólio

Enquanto Portland se mobilizava para mais uma noite de protestos contra o racismo, do outro lado do país, a 4.515km, os EUA se despediam de John Lewis, congressista que tornou-se um marco na luta pelos direitos civis dos negros. O corpo foi velado sob a rotunda do Capitólio, uma honra reservada a grandes personalidades.

Coberto pela bandeira norte-americana, o caixão do ex-companheiro de Martin Luther King Jr. foi colocado em uma capela em chamas. Até hoje, o público poderá prestar suas homenagens, obedecendo a um rígido protocolo contra a propagação do novo coronavírus.

Lewis, membro democrata da Câmara dos Deputados pelo estado da Geórgia desde 1987, morreu de câncer no pâncreas em 17 de julho, aos 80 anos. Apesar da pandemia, os EUA, que vivem um momento de forte luta antirracista, começaram os ritos solenes em tributo de Lewis no último sábado, em sua cidade natal, Troy, no Alabama.

O caixão deixou o estado do sul pela manhã de ontem e seguiu passando em frente aos principais pontos da capital, como os memoriais de King e Lincoln, a Suprema Corte, o Departamento de Justiça e o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana.

Recentemente pintada de amarelo em uma rua próxima à Casa Branca, a inscrição “Black Lives Matter” (“Vidas Negras Importam”) foi renovada antes da chegada da procissão. O hino cristão Amazing Grace estava tocando quando o cortejo parou no local.

Igualdade

Filho de meeiros que foram trabalhar nos campos de algodão, Lewis tornou-se, aos 21 anos, um dos “Cavaleiros da Liberdade” que lutavam contra a segregação do sistema de transporte americano no começo da década de 1960. Em 1963, ele era o líder mais jovem da marcha de Washington, na qual Martin Luther King Jr. fez seu famoso discurso “Eu tenho um sonho”.

Dois anos mais tarde, Lewis quase sucumbiu aos espancamentos policiais na Ponte Edmund Pettus, em Selma (Alabama), onde liderava marcha de centenas de ativistas. Na ocasião, um policial quebrou-lhe o crânio e o deixou à beira da morte.

No domingo, uma carruagem atravessou a icônica ponte carregando os restos mortais de Lewis, em ato simbólico. As solenidades pela morte de Lewis terminarão em Atlanta, na Geórgia, na quinta-feira, quando ele será enterrado. 

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