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As postulantes

Correio Braziliense
postado em 03/08/2020 04:13
Confirma os principais nomes cotados para compor a chapa democrata que desafiará o presidente Donald Trump na corrida à Casa Branca


Kamala Harris
Depois de dois mandatos como promotora de San Francisco (2004-2011), foi eleita duas vezes promotora da Califórnia (2011-2017), tornando-se não só a primeira mulher, mas também a primeira pessoa negra, a chefiar os serviços jurídicos do estado mais populoso dos EUA. Em janeiro de 2017, foi empossada no Senado, em Washington, tornando-se a primeira mulher com raízes no sul da Ásia a chegar à Câmara alta na história do país, e a segunda mulher negra no Senado americano. Harris conhece bem o candidato democrata e era próxima do filho dele, Beau Biden, que morreu de câncer em 2015. Como pré-candidata democrata, surpreendeu ao atacar duramente Biden no primeiro debate, em 2019, questionando suas posições sobre políticas para acabar com a segregação racial na década de 1970. Depois, ela decidiu apoiá-lo.


Susan Rice
Embaixadora nas Nações Unidas e, depois, assessora de segurança nacional durante a Presidência de Barack Obama, seria de grande ajudar a Biden em questões delicadas de política externa. Com fama de não ser sempre muito diplomática, a afro-americana de 55 anos aprendeu a lutar com Rússia e China no Conselho de Segurança da ONU de 2009 a 2013 e, por isso, saberia mostrar a firmeza que o candidato democrata quer encarnar contra adversários estratégicos dos Estados Unidos. Pesa contra ela o fato de nunca ter passado por uma campanha eleitoral. Além disso, foi atingida pela polêmica sobre o ataque em 2012 contra a missão diplomática americana em Benghazi, na Líbia, o que a obrigou, naquele momento, a abrir mão de disputar o cargo de secretária de Estado e, agora, poderia torná-la alvo dos republicanos.


Karen Bass
Pouco conhecida, apesar da longa carreira parlamentar, a legisladora da Califórnia tem o perfil discreto que poderia agradar Joe Biden, que a veria como o braço direito leal que ele foi para Obama. Aos 66 anos, Bass lidera o grupo de congressistas negros que redigiu um projeto de reforma da polícia com o nome de George Floyd. Após chegar à Câmara baixa, em 2011, essa ex-assistente médica havia sido eleita, sete anos antes, para a Assembleia da Califórnia, da qual se tornou, em 2008, a primeira presidente afro-americana. Mas, suas posições claramente marcadas à esquerda poderiam motivar ataques republicanos. Os eleitores de origem cubana, chave para vencer na Flórida, poderiam ficar muito insatisfeitos com os comentários de pesar que fez, em 2016, após a morte de Fidel Castro.


Elizabeth Warren
Senadora progressista de Massachusetts, ela chegou a ser considerada favorita nas primárias democratas, antes de cair nas pesquisas e depois desistir da disputa no começo de março. Em vez de declarar apoio a Bernie Sanders, o outro pré-candidato tão à esquerda quanto ela, decidiu apoiar Biden. Com Warren, feroz crítica a Wall Street, Biden poderia atrair os eleitores mais à esquerda, mas, também, os afro-americanos, entre os quais obteve melhores pontuações nas pesquisas em comparação com Kamala Harris. A senadora, de 71 anos, porém, teria dificuldades em representar a próxima geração. E seu programa poderia assustar os moderados e dar argumentos para a campanha de Trump, que descreve Biden como um “fantoche da esquerda radical”. Além disso, se deixar o Senado, os democratas perderão um posto crucial.


Tammy Duckworth
Aos 52 anos, a senadora Tammy Duckworth  é uma ex-militar de origem asiática. Veterana de guerra, ela perdeu as duas pernas no Iraque. Nascida em Bangcoc, circula de cadeira de rodas pelos corredores do Congresso, em Washington, onde representa o Illinois, um estado industrial que a elegeu pela primeira vez para a Câmara de Representantes de 2013 a 2017, e depois ao Senado. Filha de um militar americano e uma tailandesa, alistou-se no Exército e nos Marines, antes de ser ferida no Iraque em 2004, quando o helicóptero que copilotava foi abatido por insurgentes. A ex-militar  ingressou no governo de Barack Obama no poderoso Departamento de Assuntos dos Veteranos. Segundo David Barker, professor da American University, a heroína de guerra, em um país que adora seus veteranos, pode atrair uma parte importante do eleitorado.


Michelle Lujan Grisham
Primeira democrata governadora do Novo México e uma das figuras hispânicas mais proeminentes dos Estados Unidos, ela pode ser a aposta de Biden para ganhar votos da minoria mais importante do país. Advogada, 60 anos, Grisham representou seu estado no Congresso, de 2013 a 2018, onde foi eleita em 2016 para presidir o grupo da bancada hispânica. Sua experiência executiva não se limita ao governo: de 2004 a 2007, foi secretária de Saúde estadual. Muitos especulam que, se não for escolhida a colega de chapa de Biden, poderá chefiar o Departamento de Saúde de um governo democrata. Descendente de uma família de destacados juristas e políticos do Novo México, tem sido uma dura crítica de Trump. “Precisamos de um líder que seja respeitado, amável, justo e ético”, disse, recentemente, sobre Biden, a quem considera seu mentor.
 
 
 
 

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