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Baixo custo também é atrativo

Correio Braziliense
postado em 03/08/2020 04:13
As algas marinhas vermelhas são a principal fonte do ágar-ágar: matéria-prima acessível



Além da multifuncionalidade das fibras ópticas de ágar-ágar, o custo baixo e a forma simples de produção podem contribuir para que a tecnologia possa ser usada comercialmente. “O processo de fabricação é simples e barato, uma vez que a fibra pode ser produzida utilizando ágar de uso culinário. Embora as pesquisas iniciais tenham sido realizadas em laboratório, acreditamos que, futuramente, o processo possa ser aperfeiçoado e adaptado para a fabricação em larga escala”, justifica Eric Fujiwara, professor da Escola de Engenharia Mecânica da Unicamp e um dos criadores da solução.

A equipe dará continuidade à pesquisa e fará mais testes com o objetivo de refinar ainda mais a nova fibra óptica. “Atualmente, trabalhamos no aprimoramento dessa tecnologia, visando a sua aplicação na área médica, bem como em sensoriamento bioquímico in vivo”, diz o cientista.

Bruno Lima, professor no curso de engenharia elétrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, também acredita que o custo baixo pode contribuir para a comercialização e a popularização do produto, assim como o fácil descarte. “As fibras tradicionais são feitas de plástico ou de vidro, materiais que levam muito tempo para se desintegrar na natureza, e isso implica em grandes problemas”, explica.

Outro ponto positivo da tecnologia, segundo o especialista, é a possibilidade de reduzir a dependência do uso de fibras ópticas vindas do exterior. “Temos muitas empresas de telecomunicações e eletrônica que se beneficiariam de um recurso criado no país, já que a maioria dos mecanismos usados por esses grupos não é feita aqui. Grande parte deles vem de fora. Isso é muito ruim, pois os produtos ficam mais caros. Seria muito interessante termos opções brasileiras e, dessa forma, reduzir a dependência de conglomerados internacionais nessa área.” (VS)



“Temos muitas empresas de telecomunicações e eletrônica que se beneficiariam de um recurso criado no país (…) Seria muito interessante (…) reduzir a dependência de conglomerados internacionais nessa área”
Bruno Luis Soares de Lima, professor no curso de engenharia elétrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie

À base de citrato
Cientistas da Universidade de Penn State, nos Estados Unidos, trabalham no desenvolvimento de uma fibra óptica que pode ser usada em aplicações médicas e tem como matéria-prima o citrato, que é produzido pelo corpo humano. Inicialmente, o elemento foi agrupado, formando macromoléculas. “O uso dos polímeros à base de citrato vai nos permitir um ajuste ultrafino das diferenças de índice de refração entre o núcleo e as camadas de revestimento da fibra óptica”, explica, em comunicado, Dingying Shan, um dos criadores. Nesse caso, a fibra também é biodegradável e biocompatível, o que abre a possibilidade de uso em aplicações biomédicas. “Cria-se uma janela transparente para espiar um tecido turvo e pode possibilitar novas oportunidades para geração de imagens”, diz Shan.
 
 
 
 
 

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