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Vacina eficaz contra covid-19 "talvez nunca exista", diz OMS

A afirmação do diretor da organização, Tedros Adhanom, reforça a necessidade de se manter as medidas de prevenção contra a doença. Atualmente, 25 vacinas estão na fase clínica de desenvolvimento

Correio Braziliense
postado em 03/08/2020 13:49
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, participa de uma conferência de imprensa organizada pela Associação de Correspondentes das Nações Unidas (ACANU) em Genebra.Apostar todas as fichas na espera de uma vacina para combater o novo coronavírus pode ser um caminho arriscado. Isso porque, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma imunização contra o vírus pode nunca chegar ou não ser eficiente para barrar a transmissão, já que pode fornecer um bloqueio temporário à doença. O alerta foi dado nesta segunda-feira (3/8) pelo diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom, em coletiva de imprensa. 

“Não existe uma bala de prata no momento e pode nunca existir”, afirmou Tedros, se referindo aos avanços na procura por uma vacina contra a covid-19. Atualmente, a OMS reconhece 164 imunizações em desenvolvimento, 25 delas já em fase avançada com testares clínicas. Mesmo diante dos esforços e rapidez para encontrar a vacina, o diretor disse que ainda há a possibilidade de que as doses não sejam eficientes ou que só protejam por um curto período de tempo, não servindo como a cura esperada. 

Para ter certeza, é necessário que os testes sejam concluídos. Mesmo depois de uma resposta positiva nesta fase, o mundo ainda deverá imunizar a população, o que deve ser um processo longo e, por isso, boa parte das pessoas ainda ficará exposta ao coronavírus. Os alertas vieram em um tom de frisar a necessidade de se manter as medidas de distanciamento social, de etiqueta de higiene e uso de máscaras, por exemplo. "O mundo nunca viu algo assim desde 1918 e o impacto será sentido por décadas. Mas o seu controle está em nossas mãos”, disse Tedros. 

Saiba Mais

Ao governo brasileiro, o diretor orientou que é preciso “dar a volta por cima” e não desistir, já que a grave situação com média de mil mortes diárias e 50 mil novos casos pode ser revertida. Quem também comentou sobre a situação do país foi o diretor de operações da OMS, Mike Ryan. "A situação no Brasil continua sendo de grande preocupação, com muitos estados relatando aumentos de casos”, disse. 

Apesar de admitir que não é uma tarefa fácil e não há solução simples, Ryan recomenda que os gestores apertem um “botão de reset” e reavaliem todas as estratégias de lidar com a doença, levando em consideração a ótica social, política e econômica. “É um compromisso sustentável”, destacou. 

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