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Testes promissores com novos antivirais

Correio Braziliense
postado em 04/08/2020 04:16
Sars-CoV-2 (vermelho) ataca células: ação em enzima ligada à replicação


Em testes laboratoriais, cientistas norte-americanos mostraram antivirais capazes de eliminar dois patógenos da família coronavírus. Os investigadores constataram que as drogas conseguiram matar o vírus da covid-19 e o da síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers) em células humanas e em ratos. As descobertas foram divulgadas ontem, na revista especializada Science.

Para combater os coronavírus mais prejudiciais ao organismo humano, os cientistas saíram em busca de novas terapias e usaram como base alguns de seus estudos anteriores. Nessas investigações, o grupo desenvolveu uma série de compostos antivirais, denominados inibidores de protease do tipo 3C, que têm como alvo uma enzima essencial para a replicação de coronavírus. No estudo publicado agora na revista Science, foram testados vários desses inibidores de protease do tipo 3C em células infectadas pelo Sars-CoV-2 e pelo Mers-CoV.

Um dos compostos, chamado 6e, mostrou forte atividade contra o Sars-CoV-2 e inibiu a replicação viral do patógeno causador da covid-19 em até 10 vezes. O resultado foi atingido quando a substância foi aplicada em células epiteliais das vias aéreas humanas cultivadas em laboratório. Outro composto, o 6j, aumentou as chances de sobrevivência em camundongos infectados pelo Mers-CoV, reduziu a quantidade de vírus nos pulmões dos animais e evitou complicações perigosas, como o edema pulmonar.

Mais estudos

Com base nos resultados, os pesquisadores acreditam que as moléculas testadas têm alto potencial para serem utilizadas em outras pesquisas. “A ampla atividade dos novos compostos sugere que eles devam ser desenvolvidos como tratamentos para infecções por coronavírus emergentes, que atualmente têm poucos antivirais eficazes e nenhuma vacina aprovada”, frisam os cientistas, liderados por Athri Rathnayake, pesquisador da Universidade Estadual de Wichita, nos Estados Unidos.

Também no artigo divulgado na revista científica, os autores enfatizam que a disseminação do Sars-CoV-2 causou uma das pandemias mais perigosas da história moderna, e as infecções pelo “seu primo”, o Mers-CoV, têm uma taxa de mortalidade de quase 35%. “Por isso, pretendemos dar continuidade a essa pesquisa, em busca de ainda mais substâncias promissoras para o combate dessas enfermidades”, afirmam.

10 vezes
Foi a redução na replicação do novo coronavírus devido à ação do composto 6e.
O resultado foi atingido em células epiteliais das vias aéreas humanas cultivadas em laboratório.
 
 

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