postado em 23/05/2019 04:08
Sim, basta! É impossível assistir, sem reação, ao crescimento do número de assassinatos e espancamento de mulheres. Somente no Distrito Federal, este ano, 13 foram vítimas de feminicídio. As consequências desses assassinatos para as famílias e para a sociedade são imensuráveis. Entre os casos, há crianças que viram as mães delas perderem a vida pelas mãos do pai. Há idosos que presenciaram a morte de netas. Mães que viram as filhas darem o último suspiro. O que será dessas pessoas? Elas têm algum amparo para superar essas tragédias e seguir em frente com o mínimo de saúde física e mental?A violência contra as mulheres se perpetua de forma avassaladora em sociedades marcadas pela desigualdade de gênero; onde crianças são maltratadas e ou expostas à violência familiar; em lares onde o consumo nocivo do álcool é recorrente. A violência doméstica é um problema complexo que exige ações multidisciplinares e integradas de diferentes áreas do poder público: saúde, educação, trabalho, ação social e segurança pública.
O Núcleo Judiciário da Mulher do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) abriu as inscrições para o Prêmio Maria da Penha Vai à Escola. O concurso premia os profissionais de educação da rede pública de Brasília que desenvolverem atividades relacionadas à prevenção e ao enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher. As iniciativas vencedoras serão replicadas em outras instituições de ensino e, segundo a juíza Fabriziane Zapata, uma das coordenadoras do projeto, a meta é criar uma cultura de respeito à mulher desde a infância. O projeto é louvável!
Em 2017, a Organização Pan-americana de Saúde/ Organização Mundial de Saúde apontou alguns caminhos que levarão a uma transformação social. Entre as propostas estão a promulgação de leis e políticas públicas que abordem a discriminação contra as mulheres; que promovam a igualdade de gênero; o apoio à mulher e que ajudem a promover uma cultura paz.
Quando todas as políticas falharem e uma mulher for agredida ou ameaçada pelo homem com quem teve uma relação afetiva, o Estado precisa ser capaz de dar a ela a resposta e o amparo de que necessita. Acolhimento, respeito nas delegacias ou diante do juiz que vai definir se ela precisa ou não de medida protetiva; assistência psicológica; financeira, um lugar onde ela e os filhos possam ficar em segurança é o mínimo que se espera de uma sociedade que respeita e valoriza a mulher como ser de direitos.