Opinião

Cuidar das nossas crianças

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 04/06/2019 04:25
Hoje, peço licença aos leitores para deixar um pouco de lado a tentativa que faço neste espaço de analisar crítica e racionalmente um assunto. Sim, haverá espaço para um ;pseudo raciocínio lógico; com o intuito de pensar situações vividas (ou sentidas) por todos nós. Porém, quando se fala em violência contra crianças, o lado emotivo fala tão mais alto que é impossível fechar os ouvidos para ele. E, em uma semana em que dois casos estarreceram o Distrito Federal, a dor grita de uma forma ainda mais forte dentro do coração, da alma e da mente. O que é preciso fazer para que vidas inocentes não sejam mais estraçalhadas dessa forma?

Um menino de 9 anos e uma garota de 7. Eles não tinham como se defender e foram assassinados por pessoas em quem confiavam. E a confiança de uma criança em um adulto é cega, absoluta, religiosa. O que só faz a revolta crescer. É preciso muita paz de espírito, muita calma para que o ódio não se estenda a partir desse pensamento. O mais importante é colocar em prática mecanismos para que essas ações revoltantes não voltem a acontecer.

Algo básico passa pela empatia. Olhar para o próximo, principalmente as crianças, com o sentimento de cuidado. Não é isso que diz aquele provérbio africano? ;É preciso uma aldeia para educar uma criança.; Somos todos responsáveis por elas, queiramos ou não. Isso não é se meter na criação de um pequeno, mas prestar atenção, agir com carinho. Outra ação é a justiça. Dom Walmor Oliveira de Azevedo, novo presidente da CNBB, em entrevista ao Correio, afirmou que a Igreja Católica terá tolerância zero com integrantes do clero envolvidos em caso de pedofilia. Ouvi e li alguns comentários descrentes de que a promessa é da boca para fora, e há uma razão para isso: falta, de fato, a Justiça, a punição. A partir do momento em que um religioso culpado for para a cadeia ; e não apenas afastado de suas funções ;, a crença vai ocorrer.

São só dois pontos. Colocá-los em prática é difícil, trabalhoso, porque carece de mudanças drásticas do indivíduo e de instituições simultaneamente. Por isso, é imprescindível dar o primeiro passo, assumir a responsabilidade de cuidar das nossas crianças. Não com a preocupação por nosso futuro, mas com o presente mesmo. Ou, então, não mereceremos mais ser chamados de humanos.




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