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Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 04/06/2019 04:25
Sistema de saúde no Brasil continua uma vergonha

Universalizar o atendimento em saúde e de modo minimamente decente ainda é uma realidade distante em nosso país. Nesse quesito, não há necessidade de pesquisas, dados estatísticos ou outro indicador métrico ou científico. Basta ir a um hospital público. E não precisa ser no interior do Nordeste ou da Amazônia, onde esse serviço, em muitos lugares, sequer existe. Aqui mesmo, em Brasília, é comum o cidadão procurar atendimento médico, mesmo com quadro de fortes dores ou suspeita de caso grave, e o atendimento, dentro de padrões aceitáveis, não ser realizado.

Nessa situação, o jeito, para aqueles que não têm outra opção, é esperar até 24 horas sentado em uma cadeira desconfortável até que algum profissional se apiede do paciente. Num quadro desses, não chega a ser surpresa que os próprios doentes ou seus acompanhantes se revoltem e, no desespero, partam para a violência, inclusive com xingamentos e agressões. Quando isso ocorre, o atendimento é feito na hora, mas pela tropa de choque da Polícia Militar, com o medicamento na ponta do porrete.

Uma ida a um dos maiores hospitais do DF, por exemplo, o Hospital Regional do Paranoá, é, como descreveu um paciente, experimentar uma descida ao inferno, tamanho é o caos e o abandono em que se encontram aqueles que buscam ajuda médica. De fato, como muitos desses doentes que precisaram de pronta ajuda médica já notaram, enquanto não existir uma legislação impondo que as autoridades responsáveis e ocupantes de cargos no governo sejam, obrigatoriamente, atendidos apenas em hospitais públicos, essa realidade não mudará.

Enquanto os hospitais continuam patinando na ineficiência por conta de uma gerência que se faça obedecer, principalmente por parte dos médicos e plantonistas, as pequenas clínicas, que cobram preços populares e que, nessa mesma região, proliferaram como capim, estão lotadas. Obviamente que, nesses lugares que sequer são fiscalizados adequadamente pelos órgãos de saúde e onde o dinheiro é que conta, os serviços são uma interrogação e um perigo.

O mais incrível é que esses fatos ocorrem com frequência justamente na capital do país, onde existe o maior número de médicos (nem sempre disponíveis) por habitantes. São pelo menos 13.400 profissionais registrados no sistema de saúde local, ou 435 para cada grupo de mil habitantes, o dobro da média nacional.

Em conversa reservada, para não intimidar e causar mal-estar, um especialista no assunto, e que conhece bem os mecanismos internos da máquina de saúde do Distrito Federal, reconhece que, entre outros problemas, o estrangulamento do sistema está justamente na ponta do atendimento e tem os médicos como os maiores nós dessa engrenagem perversa.




A frase que não foi pronunciada

;No Brasil, o sistema de saúde não funciona, desde o sistema até a saúde.;
Pensamento unânime dos impacientes




Previdência
; O Sindicato do Comércio Varejista do DF foi o primeiro em Brasília a externar apoio à reforma da Previdência. Para o presidente da entidade, Edson de Castro, a reforma injetará R$ 1,4 trilhão em investimentos no país, gerando empregos e renda.


Dia de festa
; Padre Michael Keneth e equipe preparam festa de aniversário da Paróquia do Espírito Santo Paráclito, no Parkway/Vargem Bonita. Serão duas surpresas para os presentes. A Cavalhada e um almoço oferecido pela comunidade. Mais informações no Blog do Ari Cunha.


Divulgação
; Além do programa de consultoria financeira, o BRB abriu inscrições para mais uma edição do curso de educação financeira. As aulas serão realizadas entre 4 e 6 de junho, gratuitamente, no Centro de Treinamento do BRB (EQS 410/411 Sul). Todos são bem-vindos. Mais informações pelo educafinan@brb.com.br.


Negligência
; Se os redutores de velocidade (pardais) têm mesmo o objetivo de assegurar a segurança dos motoristas, o DER está deixando de cumprir esse objetivo. A curva antes de chegar no trecho 9 do Setor de Mansões do Lago Norte, a cada dia, está mais perigosa. Há uma saída de veículos no meio da curva e, sem redutor de velocidade, o perigo de um choque é constante. A Associação dos Moradores do Trecho 9, capitaneada por Cláudio Castello Branco, já deu entrada na documentação, mas não foi sequer respondida.


Muito estranho
; Na agência do Banco do Brasil, na 214 Norte, no domingo, um grupinho estranho rodeava quem usava os caixas eletrônicos. Seria bom verificarem nas câmeras de segurança o que aconteceu por ali no fim de semana. O clima era bem tenso.





História de Brasília
E, por falar em dr. Vasco, o dr. Ataualpa ainda não mandou os caminhões consertarem as valetas do Eixo Rodoviário, das superquadras e do Trevo de Distribuição Sul. (Publicado em 22/11/1961)




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