postado em 10/06/2019 04:04
No fim da semana passada, um crime pavoroso chocou os moradores da cidade e do país. Uma mãe e a companheira dela mataram cruelmente o filho que dormia. Não bastasse o ato ignóbil, as duas cortaram em pedaços o corpinho mirrado de Rhuan e tentaram se livrar da prova material, escondendo em mochilas o que restou da criança. Até jogando uma parte em um bueiro na rua.
Quando imaginamos que a maldade, difundida e compartilhada diariamente por meio das redes sociais, meios de comunicação, mensagens privadas e conversas nos ambientes de trabalho e de convivência social, já atingiu o limite do impensável, seres humanos conseguem superar. É muito triste imaginar que a pessoa, cuja missão seria a de proteger, amar e fazer seguir a vida daquele ser pequenino, tenha sido o seu algoz. O que há de errado neste nosso mundo? Essa atitude hedionda não deveria ser da natureza humana.
Temo em imaginar o que virá a seguir. O que poderá ser ainda pior? Não se trata apenas do crime do ponto de vista do Código Penal. A atitude de total descaso pela vida tem se perpetuado entre as mais diversas sociedades, classes sociais, faixas etárias. São chacinas cometidas contra inocentes, atos terroristas, assassinatos de ódio, de gênero. Onde vamos parar? Somos sobreviventes, viventes que morremos vítimas de crimes cotidianos. Ficamos mais tristes a cada dia. E não nos damos conta.
E o que fazemos para pôr um fim a essas atitudes antinaturais? Nos escondemos atrás de telas, em imagens retocadas que mostram um mundo com o qual sonhamos. Mas a realidade é implacável, ela teima em se exibir a cada dia mais violenta. Precisamos de ajuda, de toda ajuda possível. E de leis mais rigorosas, que sejam temidas, que não tenham brechas para que criminosos ganhem a liberdade sem cumprir a totalidade da pena aplicada.
É duro saber que uma homicida como Adriana de Jesus Santos, condenada pela morte de Maria Cláudia Del;Isola, ganhe a liberdade de passar para o regime semiaberto 12 anos depois do crime, quando a família e os amigos ficarão sem a presença da estudante para sempre. Tatinha, como era chamada, tinha 19 anos. O tempo de prisão foi bem inferior. É o que diz a Lei, devemos respeitar. Até quando aquelas duas mães irão pagar pelo crime que cometeram?