Opinião

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postado em 22/06/2019 04:17
Turismo, as novas invasões bárbaras

Desde que o veneziano Marco Polo empreendeu sua viagem às longínquas terras chinesas de Kublai Kan, no século 13, narrando o que viu no famoso Livro das Maravilhas do Mundo, o interesse dos ocidentais em explorar o planeta ganhou impulso. De lá para cá, mundos foram sendo descobertos e explorados. A ânsia de viajar e ver novas culturas cresceu e invadiu o espírito de muitos. Ocorreu um salto de sete séculos no tempo.

O desejo de conhecer novas terras não amainou nos homens e ainda foi enormemente multiplicado, gerando um fenômeno moderno que vem chamando a atenção das autoridades por todo o planeta. Trata-se do crescimento exponencial do turismo de massa, que ocupa, como uma tropa invasora, não só as principais metrópoles, mas, também, muitas áreas, que, em princípio, deveriam ser preservadas da ação predatória das grandes multidões de viajantes curiosos.

A situação tem chegado a tal ponto de inflexão que, em muitas cidades, como Veneza, na Itália, as hordas de turistas incontroláveis que chegam a bordo de grandes navios superlotados causam prejuízos e danos ao patrimônio artístico e histórico local. Não é por outra razão que, em muitas dessas cidades famosas, se observa a adoção de medidas legais, visando limitar o número de pessoas em trânsito nos famosos e delicados sítios.

Para entender melhor esse fenômeno, nada melhor do que observar com atenção uma foto que tem corrido pelas redes sociais e que explica melhor do que mil palavras essa invasão irracional. Está no Blog do Ari Cunha. Na fotografia, tirada recentemente, a poucos metros do cume do Monte Everest, anteriormente um dos maiores desafios de escalada para os solitários alpinistas profissionais, uma imensa fila de centenas de escaladores amadores de todas as partes da Terra, que aguardam sua vez de chegar ao cimo e, de lá, tirar selfie para recordação e álbum de família.

Despreparados e afoitos em se tornar também uma celebridade, muitos desses alpinistas, atraídos por guias gananciosos, têm perdido a vida nesse tipo de turismo improvisado e arriscado. Também causam enormes prejuízos ao meio ambiente local, ao deixarem, todos os anos, toneladas de lixos e de materiais que não suportam carregar na louca empreitada.

Somente no ano passado, 11 pessoas morreram durante a escalada, transformando a inóspita paisagem num verdadeiro cemitério de turistas aventureiros. De tão intenso e com alto poderio de transformação das culturas locais, o turismo vem, em muitos lugares, deixando de ser uma atividade geradora de renda e de incremento da economia para se transformar numa dor de cabeça para as autoridades.

Nos lugares mais famosos e, portanto, mais atrativos para os turistas, multiplicam-se os casos de maus-tratos aos viajantes, principalmente nos casos de grupos que demonstram pouca educação e respeito aos costumes locais. Existe, hoje, inclusive, algumas localidades onde os turistas não são bem-vindos, mesmo aqueles com as malas cheias de dinheiro para torrar. São sinais do tempo e mostram, por outro ângulo, no tempo e no espaço, as novas invasões bárbaras.


A frase que foi pronunciada

;Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver direito.;
Chico Xavier, médium, filantropo e um dos mais importantes expoentes do Espiritismo


Direitos
; Problema sério continua na Asa Norte. Prostitutas, brigas, drogas. Falta cortar pela raiz. Área residencial não é lugar para isso.


Maçante
; Os musicais de Nova York não são mais os mesmos. Transformaram-se em matinê. Frozen, Rei Leão, Aladim, Harry Potter. Interessante que, nas filas, crianças, jovens e mulheres.


Tensão
; Um drone foi destruído no Irã pela Guarda Revolucionária por ter violado o espaço aéreo. Imediatamente, os EUA proibiram aviões americanos de sobrevoarem o espaço aéreo sob a guarda do Irã no Golfo Pérsico e no Golfo de Omã. Houve preparo para um contra-ataque, mas foi abortado, segundo a Associated Press.


História de Brasília
O deputado Dirceu Cardoso fez um discurso pedindo um inquérito para o número de telefones feitos em nome da Câmara. Agora, os usuários dos telefones que fazem ligações interurbanas continuam pedindo as mesmas ligações, mas dão o nome do deputado do PSD do Espírito Santo. (Publicado em 23/11/1961)



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